Independente de tradições ou superstições, as festas de Ano Novo sempre têm muito em comum: resoluções contagiadas de confiança, brindes borbulhando e apoteose dos fogos de artifício.
Por isso, o médico Maurício Pereima, editor científico da Revista Brasileira de Queimaduras, faz um alerta antecipado, destacando os cuidados a serem tomados por quem vai passar a virada de ano próximo a shows pirotécnicos.
As orientações, tanto para organizadores de festas quanto para o público em geral, são só utilizar fogos de artifício com procedência garantida, não manipulá-los sem antes ler o rótulo e, principalmente, jamais deixar que crianças participem da atividade.
"Não existe fogo inocente”, o que exige atenção mesmo nos momentos de euforia, em especial se considerarmos que as queimaduras provocadas por fogos de artifício podem deixar sequelas graves como cicatrizes retráteis (que encurtam a pele, comprometendo os movimentos), lesões na córnea e a amputação de membros.
Em caso de acidente envolvendo queimadura, a recomendação é molhar a região queimada com água corrente e não aplicar nenhum remédio ou receita caseira sobre a pele.
“Em seguida, o paciente deve ser encaminhado a um serviço de saúde, pois em muitos casos o ferimento é pequeno, porém profundo, o que reforça a necessidade de um diagnóstico adequado e de um pré-atendimento especializado”, reitera dr. Maurício Pereima.
Outro alerta do cirurgião pediatra é para que os pais jamais permitam que as crianças manipulem fogos de artifício ou similares.
“As crianças são as principais vítimas de queimaduras no país, e na maioria das vezes o acidente ocorre no próprio ambiente doméstico, sob a supervisão de um adulto, o que demonstra que os responsáveis não estão conscientes ou atentos para os riscos de queimaduras, e isso precisa ser revertido, para evitarmos que as crianças convivam com cicatrizes ou sequelas funcionais por toda a vida”, insiste o especialista.
RECOMENDAÇÕES PARA EVITAR ACIDENTES COM FOGOS DE ARTIFÍCIO:
- só utilizar fogos de artifício com procedência garantida;
- não manipular os fogos sem antes ler o rótulo;
- não segurar os fogos de artifício com as mãos;
- prender o rojão em uma armação, em uma cerca ou em um muro, e não ficar próximo na hora de acender;
- não tentar acender fogos que falharem;
- disparar os fogos somente ao ar livre, um de cada vez, observando se não há substâncias inflamáveis ou redes elétricas nas proximidades;
- ter sempre um recipiente de água por perto para colocar os foguetes já usados, ou aqueles que falharam, para não haver riscos de novas explosões.
› FONTE: Imprensa Clínica Cepelli