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Memória Rendeira

Publicado em 31/05/2022 Editoria: Geral Comente!


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Acervo de entrevistas com rendeiras de Florianópolis estreia na internet

"Com seis anos de idade, eu tinha que fazer renda de metro, mais fininha, pra comprar um vestidinho pra ir à missa. Assim que ela, minha mãe, me ensinou."

Depoimentos como este, da rendeira Anita Maria Lopes de Moraes (in memorian), integram o acervo de entrevistas disponibilizado no site do projeto Memória Rendeira (www.camaraclara.org.br/memoriarendeira).

 Registrado na Freguesia do Ribeirão da Ilha no ano de 2011 durante uma oficina audiovisual, o conteúdo deste encontro pode agora ser acessado na íntegra, facilitando o trabalho de pesquisadoras e comunidade interessada na cultura, trabalho, oralidade, histórias de vida e cotidiano na capital catarinense.   

Na página é possível ver e baixar textos, fotografias e vídeos de quinze entrevistas realizadas por Tati Costa, Daniel Choma e colaboradores entre os anos de 2011 e 2018 junto a mulheres rendeiras (e cantadeiras), em sua maioria nascidas no sul da Ilha de Santa Catarina. As ações viabilizaram o tratamento documental, produção e difusão cultural deste material que soma mais de quarenta horas de conteúdo. A maior parte estava inédito para o público até então, e se encontrava sob salvaguarda do Instituto Câmara Clara.

 Realizou-se também a edição audiovisual das entrevistas, resultando em uma web série documental com quinze vídeos de aproximadamente 18 minutos, um sobre cada rendeira, para livre circulação na Internet. Enquanto a renda é feita, elas tecem comentários sobre a arte de fazer renda de bilro, as técnicas, pontos, tramas e instrumentos de trabalho – almofada, bilros, agulha, linhas, alfinetes etc. Lembranças da infância e adolescência também são ponteadas, revelando versos de ratoeira, brincadeiras, festas e cotidianos.    

Como ação de contrapartida foi produzido o DVD Memória Rendeira, contendo a série de quinze curtas. A embalagem do DVD agrega peças de renda de bilro produzidas pelas rendeiras participantes, e sua aquisição pela equipe do projeto representou também um fomento à produção local. Além da distribuição dirigida à Fundação Catarinense de Cultura e outras instituições culturais do estado de Santa Catarina, a circulação deste material também será feita pelas próprias rendeiras entre seus familiares e comunidades.

Memória Rendeira objetiva a valorização da renda de bilro através das narrativas de suas agentes principais, as rendeiras, democratizando o acesso aos saberes e memórias expressas por elas. Este projeto foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura - Patrimônio e paisagem cultural - Edição 2020, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.

Site do acervo Memória Rendeira: www.camaraclara.org.br/memoriarendeira

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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