Adentraste sem bater,
Esta porta, no qual fechará-se,
Quando eu pensava que,
A existência ia esvaindo-se,
Num lapso de quem nem imaginava,
Ser exatamente quem sou.
Nas tantas indas e vindas,
Ainda vejo-te como és:
Descendo aquelas escadarias,
No silêncio que somente o teu cabelo faz.
Construímos numa tempestade,
Coisas dos quais não são banais e,
Em meio ao nascer de um dia,
Nas montanhas somos mais.
Foste a forma tão linda,
De quando mostravas-te a mim!
Na plenitude de uma dama que ria,
Aos devaneios dos amores que se refaziam,
Quando percebias que eu estava ali.
E havia o misticismo em volta de ti,
Dos quais os meus olhos se fixaram,
Além de um tenebroso fim,
Que não existia nesta época,
Nem mesmo nas outras que iria de vir.
Assim, nem mesmo seremos,
O último elo de uma ligação.
Já que a razão de sacrificar-me,
Seria para ir aos campos, levar-te!
Numa procura frenética,
Pela essência daquela lua de sangue,
Despertando-se do absoluto sono,
Por onde nossos corpos transitaram,
Mas que nossas almas viraram apenas,
Transeuntes, doravante, sempre esquecidas.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)