A solução, segundo Camilo Martins, é a parceria com a comunidade. Palhoça tem mais de 900 vias públicas para pavimentar
O prefeito Camilo Martins revelou que tem um projeto de fácil execução e que não exige muitos recursos, para eliminar um grande número de ruas sem pavimentação. Ele falou do assunto, publicamente, pela primeira vez, durante a inauguração da Rua Angá Verde, no bairro Praia de Fora.
A Angá Verde é a oitava rua, pavimentada em regime de parceria, envolvendo a comunidade e o poder público municipal. “Essa é mais uma de muitas parcerias que faremos, com o objetivo de reduzir o grande número de ruas sem pavimentação, em Palhoça”, disse o prefeito. Segundo dados oficiais, são 750 logradouros públicos em estado primitivo. Mas, Camilo Martins acredita que o município de Palhoça tem mais de 900 ruas merecendo pavimentação.
Por isso, o prefeito aposta no sistema de parceria, um mutirão que envolve os munícipes e a Prefeitura. Assim aconteceu com a obra de pavimentação da Rua Angá Verde, com cerca de cem metros de extensão. Os moradores se responsabilizaram pela mão de obra, com orientação técnica da Secretaria de Infraestrutura e Planejamento, enquanto que a Prefeitura entrou com o material, lajotas, meio fio e areia.
Segundo opinião de Camilo Martins, além de baratear o custo final para a administração municipal, a obra em regime de parceria tem outro aspecto altamente positivo, porque envolve diretamente os moradores que se sentem organizadores, mentores do projeto, e passam a cuidar da benfeitoria pública. “É um envolvimento altamente positivo, porque os moradores se sentem parceiros”, aposta Camilo.
PROJETO REVOLUCIONÁRIO
O projeto que Camilo Martins vem amadurecendo, há alguns meses – ouvindo assessores e fazendo contato com os munícipes, que acenam com aval positivo –, envolve, inicialmente, a Secretaria de Infraestrutura e Planejamento, a Secretaria de Serviços Urbanos e o Samae – o órgão que foi criado dentro do projeto da reforma administrativa, para substituir a autarquia Águas de Palhoça.
Basicamente, o projeto passa a acontecer a partir do interesse da comunidade, em participar da parceria público-privada. Reuniões serão agendadas, para discutir detalhes, como custo operacional, despesas com mão de obra e outros detalhes.
Todo esse enredo, que além de reduzir o número de ruas de chão, aproxima a população da administração municipal, será desenvolvido, nos primeiros meses de 2014. “Já sabemos que é um projeto viável e possível de ser realizado. A partir do próximo ano, vamos fazer acontecer”, disse Camilo, durante encontro com moradores da Rua Manga Verde. Ele lembra que os trabalhos em regime de mutirão já renderam oito obras, nos últimos meses.
Se considerarmos o grau de entusiasmo dos moradores da Praia de Fora, pode-se alimentar a esperança em um projeto bem sucedido. Carlos Probst (Lula) lembra que “logo que o Camilo assumiu, nós (moradores da Angá Verde) procuramos ele, para pavimentar nossa rua”. O prefeito se interessou, mas, naquele momento, qualquer projeto esbarrava na questão financeira. Lula e vizinhos citam que entrou em ação o suplente de vereador, Alberto Prim, que ocupava uma cadeira na Câmara, que passou a intermediar as conversações. Hoje, Prim é secretário de Indústria e Comércio.
Tratava-se de uma rua, em declive, abandonada pelo poder público. Segundo relatos dos moradores, “desde o ano 2000 não entrava uma máquina, uma retro, uma patrola, na rua, para fazer a manutenção”. Buracos, muitos buracos e mato se misturavam e somente não proliferavam, graças à intervenção dos moradores – recorda outro morador, Vicente de Melo.
CRISTO PALHOCENSE
Hoje, com a rua bem pavimentada, com um serviço visivelmente bem realizado (como é parceria, os moradores “fiscalizaram” os trabalhos, desde o começo), os munícipes têm motivos para comemorar.
Do alto do barranco, no final da rua, uma réplica do Cristo Redentor observava tudo, na manhã em que o sol brilhava forte, mas era escondido, momentaneamente, por nuvens e chuvisco.
“Deus é brasileiro, mas o Cristo mora na Praia de Fora, na Rua Angá Verde”, declarou Lula Probst. Dito isso, o morador mais antigo da rua, Valmor Carps, com duas décadas de convivência, subiu o barraco e se deixou fotografar ao lado da imagem, de 1,70m de altura.
› FONTE: Comunicação/Prefeitura da Palhoça