Com relação à denúncia de uso indevido do avião ambulância por parte do governador, em nova nota emitida, o Governo do Estado reconhece que o Arcanjo-06 foi solicitado para uma transferência de urgência de Lages para o Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville, no dia 11 de janeiro, 23h, para um recém-nascido de poucos dias de vida.
O bebê, diagnosticado com cardiopatia congênita, estava em estado crítico. O setor de Regulação abriu processo para transporte do paciente ainda pela manhã do dia 12 de janeiro, às 10h31. O que o Governo não mencionou na nota é que a Regulação se manifestou minutos depois, às 10h52, informando que o Arcanjo estaria "em missão com governador sem previsão de retorno durante o dia". Se a aeronave estivesse disponível, o recém-nascido poderia ter sido transportado ainda em 12 de janeiro.
Outro fato ocultado pelo Governo é que o bebê estava apto para ser transportado no dia 12 de janeiro, caso a aeronave estivesse à disposição, conforme documento da própria Regulação da Secretaria de Estado da Saúde, que consta no SGP-e. No dia 14 de janeiro, o processo foi arquivado, ressaltando a piora no quadro clínico da criança.
Após nova solicitação de transferência, em 16 de janeiro, o bebê foi transferido pelo Arcanjo-06, mas devido ao agravamento no estado de saúde, veio a óbito no dia 20 de janeiro.
Além deste caso, outro recém-nascido também teve transferência de Caçador a Florianópolis negada porque o Arcanjo-06 estava em viagem com o governador. Para o transporte deste bebê foi contratada outra aeronave.
Mas há dezenas de pedidos de uso do avião pela Casa Civil. No período analisado, desde o início de contrato de locação até hoje, de 01 de agosto de 2021 a 14 de março de 2022, a Casa Civil apresentou 28 solicitações para uso do Arcanjo-06.
Lembrando que a aeronave não é destinada para estar à disposição do governador, mas para atender às urgências da Secretaria da Saúde. Inclusive, todas as vezes que Moisés utiliza o avião, a verba sai da saúde.
Diante da falta de sensibilidade e da gravidade destas denúncias, o Governo ataca e acusa de "fake news" informações que constam em documentos oficiais, no SGPE (Sistema de Gestão de Processos Eletrônicos) do próprio Governo. Os dados apresentados pelo deputado Bruno Souza (NOVO) são legítimos, reforçam a incoerência das explicações por parte do Executivo Estadual e confirmam o uso indevido do Arcanjo-06.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)