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LANÇAMENTO DE LIVRO Pesquisa revela a importância da Ocitocina para a produção do bem-estar físico e emocional

Publicado em 21/02/2022 Editoria: Livros Comente!


 

A psicóloga Eliana Nogueira- Vale apresenta no livro “Ocitocina, bem-estar e a regulação do afeto”  os resultados de 20 anos de estudos e pesquisas na área da neurociência afetiva, com foco no neuro-hormônio Ocitocina  e  suas contribuições no equilíbrio entre  corpo e mente.

 

Quando uma pessoa manifesta uma condição de calma e bem-estar, isso é indicativo de saúde mental, emocional e física. A produção desse estado é mediada principalmente pelo neuro-hormônio cerebral ocitocina em situações de contato social e de estímulos sensoriais agradáveis. Nesta pandemia da COVID-19, o isolamento forçado e a carência dos contatos afetivos com pessoas queridas representaram um golpe nas relações sociais, afetando negativamente a saúde física e mental. O contexto, propício ao desencadeamento de situações de estresse, depressão, ansiedade, pânico, medo e perigo, demonstrou também o papel fundamental que a ocitocina pode desempenhar na organização da vida social e na regulação do afeto.

 

Foi nesse cenário que a psicóloga clínica Eliana Nogueira-Vale, doutora em Neurociências e Comportamento (USP) escreveu o livro “Ocitocina, bem-estar e a regulação do afeto” (Editora Manole), com base em duas décadas de estudos e pesquisas sobre o tema, que começou a ser investigado em seres humanos a partir do ano 2000. A obra inclui sua pesquisa/tese de doutorado, intitulada  “Relações entre ocitocina, apego e sono em pessoas com transtorno de ansiedade generalizada”. 

 

De acordo com a autora, a ocitocina central é um hormônio cerebral liberado no cérebro ao ser ativado por determinados estímulos, como situações de acolhimento afetivo, contato prazeroso com outras pessoas, e estímulos sensoriais naturais agradáveis: contato de pele, massagem, certos aromas, imagens, memória afetiva, música, uma boa conversa, movimentos de embalar, um gesto de carinho, temperatura morna etc. “Esses gatilhos despertam a sensação de calma, segurança, confiança, prazer, alegria, relaxamento, e até ajudam a diminuir dores físicas e emocionais”, explica Eliana.  A ocitocina também é distribuída no corpo, de forma periférica. Por ocasião do parto, o corpo da mãe produz enorme quantidade de ocitocina, o que contribui para as contrações uterinas, para a descida do leite e para o desenvolvimento de um forte laço afetivo com o bebê, cujo organismo também está produzindo ocitocina naquele momento,  observando-se assim um efeito que vincula mente e corpo”, acrescenta.

 

A pesquisa

 

A pesquisa de doutorado reuniu 27 participantes do sexo masculino, de 18 a 60 anos, diagnosticados com Transtorno de Ansiedade Generalizada (caracterizado por importantes distúrbios do sono, irritabilidade, nervosismo, tremores, tensão muscular, palpitações, tonturas e desconforto gástrico). Uma parte dos voluntários recebeu ocitocina sintética intranasal (frasco de 5 ml de solução spray e dosagem de 40 UI) e a outra, placebo com soro fisiológico. Conforme o protocolo, o produto deveria ser inalado duas vezes ao dia, ao acordar e uma hora antes de dormir, por quatro semanas.

 

Os resultados mostraram que ambas as intervenções (experimental e placebo) estiveram associadas a índices mais altos de afetos positivos e mais baixos de afetos negativos, de ansiedade e de cortisol salivar. No entanto, no grupo experimental, esses registros foram mais acentuados. Segundo relato da maioria dos participantes desse grupo, houve melhora no humor, nos relacionamentos pessoais, na qualidade do sono e nos estados de calma, confiança e ânimo. Para exemplificar, um deles contou que a esposa se espantou ao vê-lo cantando, uma atividade que ele não fazia há muito tempo. Outro retomou seu esporte favorito. Já no grupo que recebeu

placebo, não foram relatadas alterações significativas.

 

A pesquisa, realizada com o apoio do Instituto de Psicologia da USP e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (USP), visa preencher uma lacuna na bibliografia acadêmica neurocientífica sobre a ocitocina e sua relação com a regulação do afeto, além de desmistificar conteúdos sensacionalistas e com pouca profundidade científica, como quando se refere à ocitocina chamando-a de “hormônio do amor”.

 

A obra é voltada a estudantes de psicologia, medicina e demais profissionais da saúde.

 

Dicas da autora

 

Para estimular naturalmente a ocitocina no organismo, Eliana sugere algumas ações:

 

habitue-se a estabelecer um período de tempo durante o dia, mesmo que pequeno, para se desligar da rotina, e dedique-se a alguma atividade que lhes dê prazer: dançar, tocar um instrumento, fazer algum artesanato, ligar pra alguém querido, escrever, rezar, dar um caminhada observando a natureza, ouvir músicas de sua preferência, fotografar, ler, meditar, preparar uma receita nova, brincar com o seu filho, dar atenção ao seu animalzinho de estimação ... ou até mesmo não fazer nada. Apenas deixe de lado, nesse período, o computador e o celular. Desta forma, a produção de ocitocina deverá ocorrer naturalmente, trazendo sentimentos de bem-estar, alegria e serenidade.

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Ficha técnica:

Livro: Ocitocina, bem-estar e a regulação do afeto.

Autora: Eliana Nogueira-Vale

Editora: Manole  (www.manole.com.br ) 

Páginas: 288

Preço: R$ 46,80 (impresso)

e-book: R$ 34,80

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› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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