Destaque é a criação de postos de trabalho, com a indústria catarinense de transformação na segunda posição nacional
Em um ano marcado por aumentos na inflação e nos juros, a indústria catarinense registra crescimento de 2% em produção e vendas até outubro.
Entre os segmentos que tiveram as maiores altas na produção em 2013 estão metalurgia básica, vestuário e celulose e papel. No faturamento, a elevação ocorreu a despeito da queda nas exportações, sendo impulsionado pelo consumo interno.
Merecem destaque neste indicador os setores de veículos automotores e autopeças e produtos de metais, sendo que ambos estiveram entre os maiores recuos de 2012. Estes dados foram apresentados pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, em entrevista coletiva à imprensa nesta terça-feira (17).
O dado positivo do balanço é a criação de emprego. A indústria catarinense de transformação foi a segunda maior geradora de postos de trabalho no Brasil em 2013. Até outubro, foram abertas 38,7 mil vagas, o que representa alta de 6% sobre o registrado no mesmo período de 2012.
Todos os 12 setores industriais registraram alta. Mas, em números absolutos, os maiores geradores de emprego foram os setores têxtil e vestuário, com 12 mil novas vagas, e madeira e móveis, com 4,6 mil. "A manutenção das contratações mostra a expectativa do industrial catarinense na recuperação da economia no próximo ano", afirmou Côrte.
Somando US$ 7,982 bilhões até novembro, as exportações catarinenses têm queda de 3,1% sobre o registrado no mesmo período de 2012. Entre os dez produtos mais exportados pelo Estado, os maiores recuos estão concentrados nos segmentos de motocompressores elétricos e carnes e carcaças de suínos. Já as importações estão em alta.
Com US$ 13,629 bilhões, os desembarques estão 1,73% superiores aos registrados em 2012. Os produtos com maior alta são automóveis e fios de poliéster.
Assim, a balança comercial superou, já em novembro, o déficit recorde registrado no ano passado inteiro. Nos 11 primeiros meses de 2013, o saldo está negativo em US$ 5,647 bilhões, contra os US$ 5,629 bilhões de 2012.
2014
Presidente da FIESC, Glauco José Côrte, durante coletiva de imprensa (Foto: Filipe Scotti)
O presidente da FIESC projeta para 2014 um desempenho ligeiramente melhor que o registrado neste ano, mas sem grandes aumentos nos indicadores. Um fator que pode influenciar positivamente o desempenho da indústria é a implementação dos projetos federais de melhoria da infraestrutura.
"É um plano ambicioso. Se o governo conseguir executar as etapas previstas, incluindo as ferrovias, teremos condições de crescer em 2014 até um pouco mais do que em 2013", afirmou Côrte.
A indústria de alimentos, principal segmento industrial de Santa Catarina, segundo o valor de transformação, vê sinais de retração do mercado interno para 2014, mas aposta na ampliação das vendas para o mercado japonês, que neste ano se abriu aos produtos do Estado, após anos de negociação.
Com a diminuição do mercado interno de automóveis de passeio neste ano, a aposta da cadeia automobilística para 2014 é na continuidade da recuperação do setor de ônibus e caminhões. Mesmo assim, não há certeza sobre a sustentação da demanda no segmento.
A indústria têxtil deve seguir com alta nos custos e baixa produção, como vem registrando nos últimos anos. A de vestuário, que se expandiu em 2013 graças ao mercado interno, deve manter o viés positivo em 2014, mas sem grandes elevações.
Nacionalmente, dados do Banco Central apontam para alta de 2,1% no PIB em 2014, sendo que o setor industrial deve acelerar um pouco mais: 2,25%.
São esperados ainda inflação de 5,92% (IPCA), mais próxima do teto da meta, dólar na casa de R$ 2,40 e uma forte elevação no saldo da balança comercial, dos estimados US$ 1,25 bilhão em 2013 para US$ 7,45 bilhões no próximo ano.
› FONTE: FIESC