Francisco José Battistotti - Presidente da Associação dos Clubes de Futebol
Profissional de Santa Catarina
Com a posse na nova Diretoria Executiva do Avaí, eleita legitimamente no início do mês, uma mudança ocorrerá também no comando da mais antiga associação de clubes do futebol brasileiro: a SCClubes, onde estive na presidência desde julho de 2018. A nossa Associação é modelo para o futebol brasileiro e foi fundamental para a profissionalização do nosso futebol. Foi a partir dela, que completará 35 anos em 1º de junho, que entramos de vez na elite do futebol nacional: fomos campeões da Copa do Brasil, da Copa São Paulo de Futebol Jr. e da Copa Sul-Americana e marcamos presença no Brasileiro da Série A em 19 das 20 edições realizadas desde o início dos pontos corridos. Pode parecer pouco, mas é muito para um Estado que vivia na gangorra até a década de 1990.
Só há um segredo para essa trajetória de sucesso: a união de todos. Foi esse o mantra que norteou o trabalho dos 19 presidentes que me antecederam e que busquei seguir nesses três anos e meio em que estivemos à frente da Associação. A história se repetiu e foi fundamental. Foram muitas vitórias conquistadas juntos, de mãos dadas. Em 2019, fomos pioneiros e criamos a FC Play, o canal de TV dos clubes. Poucos sabem disso, mas fomos o único Estadual que teve todos os jogos transmitidos, ou pela TV ou via internet, naquele ano. E essa história segue evoluindo e permitirá que continuemos vendo o nosso Campeonato Catarinense em 2022 nas telas, seja da TV ou do celular.
Em 2020, criamos uma nova fórmula de competição, mas o maior de todos os desafios chegaria em março, com a Covid-19. Foi o campeonato mais difícil da história, com quase nove meses de duração, interrompido três vezes e sem torcida nas arquibancadas. Concluímos aquele torneio porque todos estavam no mesmo barco e remando na mesma direção: torcedores, jogadores, dirigentes, imprensa, patrocinadores, arbitragem, segurança.
E veio 2021, ainda sem torcida nos estádios e o impacto econômico arrasando toda a cadeia do futebol. Unidos, ousamos mais uma vez e aprovamos 12 clubes na disputa, algo que não acontecia há muitos anos. Mais clubes, mas ainda mais competitivo e relativamente curto. Mas a sombra da pandemia continuava assombrando e começou de novo o debate sobre o cancelamento das competições oficiais do futebol, como se fôssemos responsáveis pela transmissão da Covid-19. Tivemos que remar contra a maré e provar que conseguimos manter a segurança de todos os profissionais que trabalham com o futebol graças aos rigorosos cuidados que implementamos, unindo as equipes médicas dos clubes com as autoridades da saúde.
O exemplo de união de Santa Catarina e a nossa vontade de ajudar também o futebol brasileiro fez com que em março deste ano assumíssemos a Associação Nacional dos Clubes de Futebol. As lutas passaram a ser travadas em outro cenário e pelo bem de todos os clubes do país. Já demos grandes passos e lá vamos seguir atuando em 2022. A sede da ANCF é na Capital dos catarinenses e é aqui, bem pertinho de nossos clubes e com a porta sempre aberta, que continuarei dando o meu melhor.
Comecei a minha caminhada como dirigente esportivo, vestindo o azul e branco do Avaí. Depois, abracei o verde, vermelho e branco de Santa Catarina, e agora, o verde e amarelo da nossa pátria. Mas vou continuar levando todas as cores particulares em meu coração.
Sabe por quê?
Porque poucas coisas no mundo agregam tanto como o futebol. Não há esporte que mexa tanto com as emoções e mobilize um número tão grande de pessoas. Este amor pelo esporte – amor que agrega, inspira e nos faz mais felizes – é uma das coisas mais bonitas da vida. E é por ele que vou continuar lutando.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)