O nosso imortal Papa João Paulo II no ano de 1978 dirigiu ao mundo a seguinte mensagem: “Natal é a festa do homem [...] Não foi por acaso que Jesus veio ao mundo no período do recenseamento; quando um imperador romano quis saber quantos súbditos tinha o seu país [...] Se nós celebramos assim tão solenemente o Nascimento de Jesus, fazemo-lo para testemunhar que todo e qualquer homem é alguém, único e que não se pode repetir [...] Para Ele e perante Ele, o homem é sempre único e singular; alguém que foi eternamente ideado e designado com o seu próprio nome”.
O Natal é uma tradição milenar e simboliza o nascimento de Jesus Cristo no cristianismo. É uma época em que as famílias se reúnem para celebrar o nascimento de Deus e nos remete à fraternidade, à esperança e ao amor universal. O ano de 2020 foi um ano amargo, de perdas, e ao mesmo tempo desafiador, pois tivemos que aprender de inopino a nos readaptar à nova realidade, mas a celebração de Natal e Ano Novo fazem reacender a nossa esperança de um mundo melhor e mais leve.
Todos nós esperamos o milagre de Natal: que a vacinação contra a COVID-19 se inicie tão logo haja uma vacina segura e eficaz. É inquestionável que a politização do vírus, da própria vacina, as disputas ideológicas e o STF atropelando a Constituição Federal só contribuíram para a demora excessiva na compra de uma vacina eficaz e, consequentemente, a data de início da imunização.
Enquanto o Brasil, que sempre foi uma referência mundial em programas de vacinação (inclusive de animais), fica nessa guerra que tende a prejudicar somente aos cidadãos, em todos os sentidos, pois com o galopante aumento de número de casos, os governos estaduais tendem a decretar rigorosas medidas de isolamento, inclusive com toque de recolher, afetando os comerciantes e as celebrações familiares de Natal e Réveillon, alguns países, como a Arábia Saudita, Canadá, China, Rússia, USA, Israel, México já começaram a imunizar os seus habitantes.
O Brasil ainda não conta com nenhum imunizante aprovado para o uso. O governo de São Paulo defende que a vacina CoronaVac desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceira com o Instituto Butantan, é eficaz, mas adiou pela segunda vez a divulgação dos dados sobre a eficácia do imunizante que era esperado para hoje (24/12).
A postergação da divulgação dos resultados da fase 3 da vacina causa temor, de modo a colocar em xeque sua eficácia e gera desconfiança no meio da comunidade científica. Isso porque, “a falta de uma explicação mais consistente sobre o motivo dos adiamentos começa a deixar os cientistas desconfiados de que pode ter havido algum problema com a vacina”, alertou Maria Amélia Veras, epidemiologista da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e do Observatório COVID-10 BR.
Nós cidadãos somos feitos de “palhaços” a todo instante e as nossas vidas estão nas mãos de político que anuncia a vacinação contra a Covid-19 em janeiro de 2021, sem ter uma vacina eficaz e segura, e para piorar a situação o STF tornou obrigatória a imunização, impondo, inclusive restrições aos cidadãos que se recusarem a se vacinar.
Adicionado a tudo isso, o governador de São Paulo, João Doria, que foi quem politizou a vacina, desafiou e se pôs contra o Presidente da República, após decretar o lockdown no estado, viajou com a família para Miami, tendo sido fotografado em uma loja sem máscara, ao mesmo tempo em que ordena que os cidadãos fiquem em casa, usem máscara e tolhe o direito de as famílias celebrarem as festas cristãs de final de ano. Como sua viagem repercutiu de forma negativa ele tratou de retornar ao Brasil.
O “ditaDoria” me faz recordar, guardadas as proporções, o infame Rei Herodes que consumido pela sede de poder sacrificou os súditos e os abandonou à própria sorte.
Graças a Deus a nossa economia, que ficou tão vulnerável com esse “abre e fecha”, teve resultados surpreendentes e está se recuperando rapidamente, como afirmou o nosso ministro da Economia, Paulo Guedes.
Enfim, desejo a todos um feliz e abençoado Natal e que nossos políticos imbuídos do espírito natalino, sejam comprometidos e prudentes, mas ao mesmo tempo tenham pressa para que junto à área da ciência médica, encontrem um caminho e consigam em curto prazo uma vacina segura e eficaz e, em seguida, comecem a imunizar a população tão sofrida com a herança dessa pandemia. Como uma boa cristã eu acredito em milagres do Natal! E você?
Nicoli Moré Menegotto
(escritora)
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)