Vivemos numa luta constante contra a morte! Não falamos ou pensamos sobre a morte! Não a reconhecemos com parte de nossas vidas, exceto quando nos deparamos com ela, cara a cara, quando perdemos alguém próximo e amado!
O dia de finados nos lembra a nossa finitude e a de quem amamos, da real perda que ronda nossas vidas! Nos coloca em contato com o luto, que é uma das piores dores humanas! É um momento que traz reflexões sobre os principais valores e relações de nossas vidas!
De todos os todos os problemas e dificuldades enfrentadas em nossa vida, a morte é a mais violenta emocionalmente, porque não há solução possível para mudar a dor da perda de alguém pela morte.
No dia de finados revivemos o luto pela morte. O luto é um sentimento normal diante da dor da separação que a morte nos traz. É uma reação emocional a uma perda significativa. Porém a forma como cada pessoa lida com essa dor é diferente porque cada morte é vivida de forma diferente e pode variar conforme a relação com quem perdemos.
Alguns fatores que influencia essa dor são o contexto social e étnico da morte; a história de perdas anteriores; o momento da morte no ciclo de vida; a natureza da morte; a posição e a função da pessoa na família; a abertura do sistema familiar.
Outros fatores que influenciam são a previsibilidade da morte (decorrente de doença ou acidente por exemplo), tipo de perda (perda de um filho, do marido, mãe com filhos pequenos), crenças sobre o significado da morte; o histórico de vida, ambiente social (funeral e luto são diferentes conforme a cultura), circunstâncias que acompanham a morte (violência, suicídio, acidentes, responsabilidade sobre a morte).
Porém, diante da perda, as fases do luto incluem:
O luto normal envolve um sofrimento intenso, dor, desespero, solidão, raiva, tristeza, sintomas físicos, mudança nas relações interpessoais. Pode incluir momentos de negação, fantasia, inquietação, desorganização, irritabilidade, desejo de falar constante, sentimentos de que a vida não tem mais significado.
Em geral, a duração do luto pode levar até dois anos, mas depende do contexto em que ocorreu a morte.
O primeiro trimestre costuma ser o mais difícil e as datas significativas como aniversário, casamento, natal, mais difíceis.
Um sinal de resolução do luto é quando você consegue pensar na pessoa que faleceu com saudade e nostalgia mas pode reinvestir as suas emoções na vida e retornar às rotinas.
O luto é considerado patológico quando há uma acentuação de algum dos sintomas no luto normal e pode incluir uma reação adiada ou distorcida - como doenças físicas, agressividade, hiperatividade, alteração duradoura no relacionamento social, depressão; luto crônico; luto inibido. Nesses casos pode necessitar de ajuda profissional para prosseguir com sua vida, após a perda de uma pessoa querida.
O luto tem como tarefa principal aceitar e compartilhar a realidade da perda, a reorganização da vida pessoal e do sistema familiar. Após isso, a lembrança da pessoa que faleceu torna-se menos dolorosa.
As pessoas em luto necessitam de cuidados. O principal é a compaixão, preocupação real com a vida do outro, uma escuta paciente e atenta. Ouvir sem preconceitos ou objeções preliminares; ajuda a liberar emoções represadas, ajudar a reorganizar seus sentimentos e cognições, pois enquanto fala a pessoa vai se reorganizando internamente.
No dia de Finados, esses sentimentos do luto podem ser revividos, com lágrimas e saudades!
Porém, diante da morte, é importante lembrar que a vida não traz todas as respostas! Não temos explicação teórica para todas as nossas questões! Mas devemos a buscar intensidade e verdade nos relacionamentos, baseados em nossas crenças e valores, vivendo cada momento como único, juntos daqueles que amamos!
O dia de Finados é uma oportunidade de homenagear e lembrar desses queridos, que continuarão em nossa história com a importância e a particularidade de cada um que partiu!
Clarice R. R. Santos
Psicóloga- CRP 12/02177
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› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)