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Clube do Jazz

Publicado em 27/09/2020 Editoria: Cultura Comente!


Foto: Acervo pessoal do Autor

Foto: Acervo pessoal do Autor

      

Vou iniciar cometendo uma respeitosa gafe de escrever na primeira pessoa, pois eu sempre tive vontade de ter um espaço para comentar sobre essa maravilha da cultura ocidental moderna, o Jazz – agora em terceira pessoa! (risos).

Escrever sobre jazz, com uma linguagem simples, lúdica e instigante para todos os perfis de leitores, versados ou não, é um grande e delicioso desafio! Quem vos escreve vem de uma região germânica do estado, um blumenauense jazzista! Ele acredita que o nome Clube do Jazz soa convidativo para qualquer leitor que tenha interesse de conhecer um pouco desse mundo jazzístico.

Bem-vindo, bem-vinda ao nosso Clube. Nossos encontros serão todos os domingos neste maravilhoso jornal!

 

Desmistificar

Muitos jazzistas, músicos e/ou apreciadores, já ouviram na vida frases como: “Ah, música de gente velha!”, “Coisa de rico!”, “Música chata!”, “Me dá sono!”, etc. Respeitando todos que já falaram isso, podemos mesmo assim afirmar que eles ouvem jazz sem saber. Há duas maneiras simples de enxergar o jazz:

Como gênero musical;

Como jeito e/ou maneira de viver. 

 

Como Gênero Musical

 De maneira simples, o jazz como gênero, nasceu, segundo a literatura no final do século XIX (a partir de 1890). Sua cepa veio do Blues no sul dos Estados Unidos em uma região chamada Delta do Mississippi no estado de Louisiana. É fácil sacar os elementos que compõem o jazz: improviso, liberdade, criatividade, ritmo dançante e swingado, virtuosismo dos músicos, indumentária muitas vezes formal, canções famosas, etc. O jazz tem vários gêneros: New Orleans, Dixieland, Swing, Bebop, Gypsy Jazz, Cool Jazz, Hardbop, Free Jazz, Avant-garde, entre outros deliciosos tipos de jazz que nós altamente recomendamos você degustar. (Você conhecerá todos no nosso Clube do Jazz).

 

Como Jeito e/ou Maneira de Viver

  O jazz também é um tipo de mindset, uma maneira peculiar de comportamento, um estilo de vida. A pessoa pode viver de maneira jazzística. Como qualquer tipo de música, que forma tribos, lança modas e comportamentos, o jazz tem a sua indumentária, seus costumes e comportamentos próprios. A persona do apreciador de jazz é um ode à liberdade. Ser livre, improvisar em todas as situações da vida, ter um comportamento lifestyle, ser criativo, proativo e por fim, nunca fazer a mesma coisa de maneira igual, sempre diferente.

 

O Que Ouvir?

  Antes de sugerir playlists, artistas, instrumentistas, é necessário comentar que tudo que você ouve atualmente é jazz. Isso mesmo, tudo. Todos os gêneros de música pós fim do século XIX foi influenciado pelo jazz diretamente. Então, é verdade! Você que ouve Sertanejo, Funk, Rock, entre outros está ouvido jazz! Um exemplo interessante disso é a formação instrumental das bandas de todos os estilos de música atuais: geralmente tem uma bateria, percussão, um baixo, uma ou duas guitarra, um teclado/sanfona, instrumentos de sopro e um, dois, três... vocalistas. Essa formação instrumental foi criada pelo jazz, com as famosas big bands. A própria invenção da bateria foi uma solução jazzística para reduzir o número de percussionistas nas orquestras, tornando mais econômica a produções dos concertos, com menos cachês. A guitarra, o baixo elétrico e o teclado também são frutos jazzísticos usados como instrumentos principais até hoje.

 

O Que Ler?

Além de ler a nossa coluna todas as semanas, sugerimos de primeira duas obras deliciosas e leves para você:

MUGIATI, Roberto. Improvisando Soluções. Rio de Janeiro: Bestseller, 2008.

HOBSBAWM, Eric J. História Social do Jazz. São Pulo: Paz e Terra, 2009.

Essas obras serão em um primeiro momento nossas referências principais na coluna!

 

Clube do Jazz de Santa Catarina

Além de uma coluna no jornal Floripa News, o Clube do Jazz de Santa Catarina é um movimento criado para viabilizar, estimular, facilitar e formalizar as relações entre artistas e contratantes fundamentado no princípio do alto nível musical, fomento da cultura, formação de plateia, educação musical, integração, conexão, associativismo, inteligência administrativa, criatividade, economicidade e segurança jurídica.

 

Por Carlos Schrubbe         

Carlos Schrubbe é Professor e pesquisador na área de Música. Formado pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), é diretor executivo do Vila EnCantos Produções e ativista cultural em Blumenau, Santa Catarina. Foi diretor de cultura da Fundação Cultural de Blumenau de 2014 a 2016. Schrubbe iniciou os estudos de violão aos seis anos de idade, trabalhou por dois anos como professor na Escola de Música do Teatro Carlos Gomes. Foi professor e diretor do Centro Cultural da Vila Itoupava, onde aplicou projetos educacionais de música, dança e teatro em um espaço museológico. Em 2014, foi reconhecido, pela Academia Catarinense de Letras e Artes, como Personalidade Musical do Ano, no estado de Santa Catarina. Hoje, além da atividade empresarial, atua como guitarrista do grupo Vila Bossa Jazz, é barítono no coro de câmara Vocal Consort Blumenauensis e se dedica à pesquisa e à performance bem orientada dos períodos barroco e clássico ao violão, fundindo os resultados nas execuções de jazz.

Maiores informações contato instagram: @clubedojazzsc

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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