A saga da reconstrução de uma ponte...
Publicado em 20/09/2020
Editoria: Política
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O Brasil não aprende. Nossa cultura vem balizada por uma sucessão de erros, sendo o pior deles o lapso de memória dos cidadãos brasileiros, ou melhor, dos catarinenses, que, em meio à emoção com a reabertura da ponte Hercílio Luz “nosso cartão postal” que, atualmente, se encontra na fase de liberação de testes de tráfego de carros, se esquecem da roubalheira de décadas envolvendo sua restauração, decorrentes de projetos superfaturados que passaram de governo em governo.
Desde sua inauguração (13/05/1926) a ponte Hercílio Luz passou por duas interdições totais. O projeto de reabilitação e restauração, apresentado em 2005, chegaria a monta de mais de R$ 486 milhões, conforme dados do governo do estado. Contudo, uma investigação que vem tramitando perante Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) indica que os gastos foram de R$ 688 milhões, incluindo o valor usado na década de 1980.
Ora, caros leitores, referidos gastos permitiriam construir outras pontes modernas, com elevado padrão e possibilitariam dobrar a capacidade de tráfego, ajudando, assim, de forma eficiente num dos nossos grandes problemas: a mobilidade urbana.
O Ministério Público, por sua vez, ingressou com ação civil pública contra empresários e servidores, pois teriam ocorrido irregularidades nos contratos de recuperação e de fiscalização.
A obra da ponte Hercílio Luz é talvez o maior escárnio ocorrido em uma obra pública!
Outro dado que não se pode esquecer é que não adianta reconstruir sem haver a devida manutenção, caso contrário, vivenciaremos a repetição de velhos erros, notadamente o mais conhecido deles: “suck off the government teat”, em claro português, o de “mamar nas tetas do governo”!
Para que não ocorram esses erros, não se deixem levar pela ligeira emoção, tenha uma memória aguçada e elejam políticos que reergam o país. Todavia, se você eleger políticos que não tem a visão de manutenção e prosperidade ele tornará o nosso país, Estado e Município numa ponte pênsil e frágil, tal como a Hercílio Luz.
Nicoli Moré Menegotto
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)
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