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Serenidade

Publicado em 12/09/2020 Editoria: Curas Comente!


Toda vez que o nosso cérebro identifica uma situação de perigo ou uma situação que nós consideramos ansiogênica, ele deflagra uma série de reações que visam promover no nosso organismo a capacidade de reagir contra aquela circunstância. Então, vamos supor que nós estejamos agora numa selva e que nos deparemos com um animal selvagem.

Assim, mediante a presença de um predador: - qual é a reação ou comportamento mais assertivo a ser tomado? Ou quais são os comportamentos mais assertivos uma vez que estejamos na frente de um predador? Ou será que vamos ficar filosofando perante o iminente perigo? Logicamente que não! Então qual a resposta mais apropriada? Ou qual o comportamento mais adequado? Na verdade, são dois comportamentos que institivamente realizamos - correr ou lutar.                         

Com base nisto mediante situações de perigo o nosso cérebro, a partir do sistema nervoso central, ativa todo o restante do organismo para se preparar para lutar ou correr. Destarte, o corpo envia nutrientes para os grandes músculos objetivando a proteção do organismo contra o predador. O problema é que este mecanismo de sobrevivência na atualidade vem sendo disparado por situações muito mais frequentes, como as notícias negativas que somos expostos diariamente por meio da televisão e internet.

Mas, como que nós podemos auxiliar o nosso cérebro a lidar com esse constante bombardeamento de notícias negativas que entram na nossa mente e que deflagram espontaneamente esses mecanismos de sobrevivência? Bem, eu posso dizer que uma forma que vêm se estabelecendo dentro do conjunto de técnicas utilizadas pela psicologia, é a meditação. Mas o que que seria a meditação? Para responder isto eu trago aqui um conceito de um dos pesquisadores mais conhecidos e mais consistentes dentro dessa área, conhecido como John Kabat-Zinn.

Sendo que um dos maiores méritos do John não foi ter inventado a meditação, mas sim ter trazido a meditação para o âmbito científico onde ele pode estudar seus efeitos. Na verdade, está é uma técnica bastante antiga proveniente do ambiente religioso, sendo atribuído ao budismo uma de suas raízes. Assim, ela tem mais de 2000 e acredita-se que Buda foi uma das primeiras pessoas a utilizar a técnica.

Desta maneira, John Kabat-Zinn, pega a técnica e ele começa a aplicá-la dentro dos moldes da ciência. Ele começa a observar e a estudar quais são os efeitos da técnica. Destarte, a partir do momento em que a pessoa realizou essa técnica, John passo a observar o que ocorre dentro do cérebro desta pessoa e consequentemente em seu corpo. Assim, este cientista definiu que “meditar é prestar atenção de maneira particular, intencional  e sem julgamento”.

Toda vez que nós prestamos atenção de uma forma específica e intencional nós ativamos justamente a parte da frente do cérebro (neocórtex) que é considerado o “maestro regente do sistema nervoso central”. Desta forma, quando aumentamos a ativação no neocórtex nós temos uma desativação ou uma menor ativação do cérebro mamífero em que está alocado estruturas relacionadas ao medo e a sobrevivência.  Então, toda vez que nós aumentamos a ativação do córtex pré-frontal, diminuímos consequentemente a ativação do sistema límbico, fazendo com que o corpo, entre em homeostase ou equilíbrio.

Com base nisto, podemos dizer que, apesar de muito simples, a técnica da meditação tem um poderoso efeito de equilíbrio sobre toda a fisiologia do corpo a partir de um maior controle no sistema nervoso central (cérebro), exercido pelo córtex pré-frontal.

Pedro Sbissa

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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