Muitas pessoas preferem consumir o peito de peru em vez de outros embutidos como presunto ou mortadela por achar que é uma opção mais saudável, mais light ou fit. “Prefiro peito de peru ao presunto normal porque é bem mais leve e, pelo que leio, tem menos sódio e menos gordura. Na hora de comprar, também prefiro produtos integrais pois contem mais fibras, que vão ajudar na digestão. Como eu já tenho colesterol alto, sou pré-diabética e tenho hipertensão, tenho que ter muito cuidado com a alimentação”, conta Silvéstria Ferreira (59), auxiliar de enfermagem.
É comum que produtos ultraprocessados como o peito de peru e a bolacha integral sejam classificados como saudáveis. Isso é resultado do forte trabalho da mídia que nem sempre passa mensagens verdadeiras.
No geral, produtos com acréscimo de conservantes, estabilizantes, corantes, edulcorantes e aromatizantes, e também com excesso de gordura vegetal hidrogenada, açúcar e sódio, não são saudáveis, pois podem trazer consequências negativas para a saúde. O alerta é do manual Alimentação Cardioprotetora, do Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital do Coração (HCor).
Alimentos que parecem saudáveis mas contém aditivos químicos
Na avaliação de Mariana Claudino, nutricionista da ACT Promoção da Saúde, membro da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, o consumo de alimentos ultraprocessados deve ser evitado tanto por indivíduos em risco cardiovascular quanto por indivíduos saudáveis. Esses alimentos contém um número elevado de ingredientes e, sobretudo, ingredientes com nomes poucos familiares como os aditivos químicos.
“Carnes processadas como presunto, salsicha, salame e o próprio peito de peru contém os conservantes nitrito e nitrato de sódio. Quando há um grande consumo dessas substâncias, pode-se aumentar a formação de nitrosaminas, compostos químicos que causam reações tóxicas no organismo e podem favorecer o surgimento de câncer”, explica a especialista.
Segundo ela, o consumo indiscriminado de aditivos químicos também pode provocar o surgimento de outras doenças. “Há estudos que relacionam o consumo de aditivos com o câncer, com doenças de Parkinson e de Alzheimer, além de resistência insulínica e hipertensão”, completa. Confira dicas de alimentação para proteger a saúde do coração na Cartilha - Alimentação Cardioprotetora.
Dos 13 ingredientes descritos no peito de peru apenas cinco não são artificiais – e mesmo assim estes cinco já passaram por muitos processamentos e estão longe de estar em sua forma in natura ou mais nutritiva.
Ao avaliar os ingredientes do peito de peru, Mariana alerta para os perigos associados ao consumo excessivo de glutamato monossódico. “Além de danificar as células, o excesso de glutamato monossódico está relacionado ao aumento da pressão arterial, resistência à insulina, obesidade, depressão, enxaquecas crônicas e lesões oculares.”
Já a bolacha, apesar de ser nomeada como integral, contém aditivos químicos, açúcares e gordura. A nutricionista alerta para o fato de o ingrediente farinha de trigo aparecer em primeiro lugar, antes mesmo da farinha de trigo integral – o que não justificaria ser nomeada como integral. “Além disso, o produto contém açúcar e açúcar invertido, que é uma espécie de xarope produzido a partir do açúcar, e emulsificantes, que favorecem o aumento do colesterol e a dislipidemia”, ressalta a especialista.
Sal, açúcar e gorduras
O consumo excessivo de ingredientes como sal, açúcar e gorduras pode provocar efeitos desconhecidos na saúde, especialmente de indivíduos com fatores de risco cardiovascular. Mas, se usados com moderação em preparações culinárias baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados, podem tornar mais saborosa a alimentação sem que fique nutricionalmente desbalanceada.
Confira 9 alimentos que parecem saudáveis, mas não são:
Embutidos (como presunto e peito de peru)
Biscoitos e/ou bolachas integrais
Barra de cereal
Sopa instantânea
Pão de forma light
Suco de caixinha
Chocolate diet
Pipoca para micro-ondas
Farinha láctea
LEMBRE-SE SEMPRE DE LER A LISTA DE INGREDIENTES NO RÓTULO PARA SABER SE O ALIMENTO É ULTRAPROCESSADO OU NÃO.
› FONTE: Ministério da Saúde