O caso da estudante universitária mineira Melissa Gentz, de 22 anos, covardemente agredida, no último domingo pelo então namorado Erick Bretz, de 25 anos, na cidade de Tampa (no estado da Flórida), ganhou repercussão nas redes sociais e nos noticiários do Brasil. A jovem que estuda Biologia Molecular nos Estados Unidos, divulgou em seu instagram detalhes do relacionamento abusivo.
não é preciso ir longe para encontrar histórias de agressão contra mulher ou feminicídio descrito pelo código penal brasileiro como "crime praticado contra a mulher em decorrência de violência doméstica, familiar ou, ainda, menosprezo ou discriminação à condição de mulher (Art. 121, VI, §2°-A)". Apesar dos últimos dados divulgados pela Gerência de Estatística e Análise Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP/SC) apontarem uma redução de 27,3% nos casos de feminicídio em Santa Catarina (11 casos em 2017, contra 8 no primeiro trimestre de 2018), a situação está longe de ser tranquila.
Por exemplo, ao mesmo tempo em que houve esta redução, o número de estupros e agressões nos 53 municípios que compõem o vale do Itajaí aumentou em 32,5%. Isto significa que entre janeiro e abril deste ano, em média, 50 mulheres sofreram algum tipo de agressão todos os dia, na região.
Os dados também apontam que 75% das vítimas foram mortas pelo atual companheiro e os outros 25% restantes foram assassinadas por ex-namorados ou ex- companheiros, sendo que 87,5% dos crimes ocorreram dentro de casa. De acordo com o artigo Violência doméstica - Por que é tão difícil lidar com ela? Escrito por Gláucia Diniz e Fábio Angelim, é um mito pensar que a violência ocorre predominantemente fora de casa.
Outra questão levantada pelo artigo é a dificuldade das mulheres romperem com padrões culturais tais como a frase "não existe estupro no namoro, noivado ou no casamento". Outro exemplo é a ideia de que "a mulher pode evitar a violência se quiser". Outro ainda está expresso no pensamento popular de que “é dever da esposa satisfazer o marido sexualmente”.
Esses fatores contribuem para a chamada violência simbólica, que ocorre quando mulheres incorporam normas e regras estabelecidas por discursos masculinos. A própria estudante Melissa afirmou que senão tivesse sofrido uma agressão tão violenta, é provável que tivesse continuado com o relacionamento abusivo, iniciado há três meses.
O artigo também aponta que "as mulheres, em casos de violência, correm o risco de viverem a violência e não terem respaldo em suas redes sociais para validar suas experiências, dores e queixas’’. Felizmente, no caso da estudante, a exposição surtiu um efeito contrário: surgiu uma rede de apoio e comoção em torno do caso.
Onde buscar ajuda:
Polícia Militar
- Telefone 190: quando presenciar ou vivenciar algum episódio de violência contra a mulher.
Rede Catarina
- Telefone 3221-7332 e e-mail [email protected]: para receber acompanhamento da polícia ou buscar orientação sobre as ferramentas de proteção à mulher.
Central de Atendimento para Mulher em Situação de Violência
- Telefone 180: para buscar orientação sobre direitos e serviços públicos à população feminina, bem como para denúncias ou relatos de violência.
Delegacia de Polícia de Proteção a Mulher, Criança e Adolescente
- Telefone 3329-8829: para registrar ocorrência de violência contra a mulher, bem como requerer medidas protetivas e iniciar processos contra agressores.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)