Ações integradas de prevenção de acidentes no trânsito salvam vidas de pedestres e ciclistas no estado. Redução foi de 34% e 27%, respectivamente
O número de pedestres e ciclistas que morreram no trânsito no estado de Santa Catarina reduziu 34% e 27%, respectivamente, em de meses, de acordo com os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Entre os anos de 2007 e 2016, o número de pedestres vítimas de acidentes de trânsito caiu de 358 para 235. Já o de ciclista, reduziu de 107 para 78. No Brasil, o percentual mostra redução de 36,2% de óbitos de pedestres e 23,4% de mortes de ciclistas em vias de trânsito. Os dados são divulgados em alusão ao Dia Mundial sem Carro, que é lembrado neste sábado (22), e que está dentro da Semana Nacional do Trânsito.
A redução dos óbitos está associada a vários fatores, em especial a implementação de ações integradas e intersetorial, com destaque para a fiscalização dos órgãos de controle, o fortalecimento da legislação, a engenharia de trânsito e a mudança nos hábitos dos brasileiros. Além das ações citadas, algumas medidas adotadas pelo pedestre ajudam a reduzir a frequência de acidentes, entre elas, atravessar na faixa de pedestre com segurança ou na travessia elevada, respeitar a sinalização do semáforo e evitar caminhar com fones de ouvidos ou falando ao celular.
A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Maria de Fátima Marinho, avalia que a diminuição das mortes no trânsito mostra que o brasileiro tem mudado, aos poucos, as atitudes, prezando cada vez mais pela segurança.
“Houve um aprimoramento da Legislação, aumento na fiscalização e alguns programas estratégicos, como o Vida no Trânsito. No entanto, o número de óbitos e internações ainda preocupa, especialmente os de motociclistas. Precisamos avançar na mobilidade segura para reduzir esses números”, enfatizou Maria de Fátima Marinho.
Acidentes ciclistas
Entre 2007 a 2016, o estado de Santa Catarina, registrou uma redução significativa nas mortes de ciclistas no trânsito, passando de 107 para 78 de óbitos, significando uma redução de 27%. O Brasil, também se registrou uma queda de óbitos em ciclistas, em 23,4%, saindo de 1.649 para 1.262 mortes, no mesmo período.
Vida no trânsito
O Vida no Trânsito é um programa de gestão intersetorial, desenvolvido nas capitais e, atualmente, em expansão pelo Brasil. Tem como pressuposto o planejamento integrado e intervenções conjuntas, por diversos setores que trabalham com o tema, dentre eles a saúde, o trânsito, a segurança, a mobilidade e a educação, visando a redução de lesões e óbitos em decorrência do trânsito. É um programa baseado na evidência e orientado pela informação qualificada localmente, a partir da análise integrada e sistemática de dados.
O Programa envolve a melhoria da qualificação da informação, planejamento, intervenções integradas, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações, com foco em dois fatores de risco prioritários, associação álcool e direção e velocidade excessiva e/ou inadequada, além de outros fatores locais, priorizados localmente.
Desde o início da implantação, em 2010, o Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios, vem desenvolvendo ações para fortalecer políticas de vigilância, prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde. Hoje está sendo executado em cerca de 40 municípios, com maior ampliação no estado do Paraná. Até o momento já foram investidos mais de R$ 90 milhões.
O Programa iniciou em cinco capitais do país: Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Palmas e Teresina e já apresentou resultados expressivos. A análise dos óbitos nas capitais, cinco antes e depois da implantação do PVT, em 2010, associada ao estudo comparado dessas capitais com o Brasil, demonstra, fortemente, o importante papel do PVT na redução das mortes e lesões no trânsito. Enquanto, a redução de óbitos por acidentes de trânsito no Brasil, no período 2010 a 2016 foi de 12,8%, nas capitais, com exceção de Palmas e João Pessoa, a redução variou entre 16,5% (Fortaleza) a 57% (Aracaju).
Cinco capitais se destacaram, em termos percentuais, com as maiores reduções: Aracaju (SE), com 57,1%; Natal (RN), com 45,9%; Porto Velho (RO), com 43,5%; Salvador (BA), com 42,4% e Vitória (ES) com 42,1%. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). O estado de São Paulo aparece em 8ª posição, com redução dos óbitos por acidentes de trânsito em -31,4%. Esses resultados não deixam dúvida que estamos no caminho certo e que o PVT precisa ser fortalecido e expandido para todo o Brasil.
› FONTE: Por Alexandre Penido, da Agência Saúde