O Setembro Amarelo é uma campanha criada com o objetivo de prevenir casos de suicídio e alertar sobre problemas que afetam a saúde mental / Foto: Marcelo Camargo - Agência-Brasil
O suicídio acomete no mundo mais de 800 mil pessoas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde essa é a segunda causa de morte no planeta entre jovens de 15 a 29 anos, perdendo apenas para a violência. No Brasil é a quarta causa de morte nessa mesma faixa etária. Os dados são do primeiro boletim epidemiológico sobre suicídio, divulgado, em setembro de 2017, pelo Ministério da Saúde.
Dr. Benito Lourenço, médico hebiatra do Instituto da Criança do HC-FMUSP e coordenador do Curso de Medicina do Adolescente do Centro de Apoio ao Ensino e Pesquisa em Pediatria (CAEPP), esclarece que é preciso muita atenção aos sinais, que muitas vezes podem passar imperceptíveis, e alertou: "É importante destacar que o cérebro só termina de se formar aos 21 anos e que os jovens têm mais impulsividade, menor autocontrole e menor consciência crítica".
Segundo o médico é fundamental estabelecer um diálogo aberto com jovens nas escolas, no ambiente familiar e, também, no consultório médico. "Nós, profissionais médicos que atendemos esse grupo, precisamos estar preparados para ouvir as queixas dessa faixa etária e perceber as nuances de comportamento desse nosso paciente, que pode estar fazendo uso exagerado do álcool e de drogas, por exemplo. Pode estar sofrendo críticas severas de seu grupo".
Para que esse jovem se abra com o médico é preciso, antes de tudo, criar um ambiente de confiança, onde ele se sinta à vontade e seguro para se abrir com o profissional. "Não é uma tarefa simples. Estabelecer esse vínculo com esse paciente requer, antes de tudo, entender a complexidade pela qual ele está passando. É uma fase muito complexa de mudanças físicas e psíquicas".
Muitos são os fatores de riscos como doenças mentais já diagnosticadas, uso excessivo de álcool e outras drogas, bullying, entre outras. Um alerta também são as repetidas tentativas. "O jovem que tentou uma vez tirar a própria vida, pode tentar novamente. É preciso ficar alerta e buscar ajuda", alerta.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)