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José Hamilton Ribeiro aponta importância do jornalista contra as fake news

Publicado em 13/08/2018 Editoria: Geral Comente!


Foto: Solon Soares/Agência AL

Foto: Solon Soares/Agência AL

A aula inaugural do segundo semestre foi especial para os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Na tarde da última sexta-feira (10), eles puderam acompanhar uma palestra do jornalista José Hamilton Ribeiro, considerado um dos maiores repórteres do Brasil, vencedor de sete edições do Prêmio Esso. Ribeiro também relançou o livro de sua autoria “Música Caipira – As 270 maiores modas” e apresentou ao público sua biografia, escrita pelo jornalista Arnon Gomes, intitulada “O jornalista mais premiado do Brasil”.

Por mais de duas horas, no auditório do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC, Ribeiro, que está prestes a completar 83 anos, dividiu com os estudantes um pouco de seus 60 anos de experiência na profissão. Com passagens por Folha de S. Paulo, Quatro Rodas, Veja e a antiga revista Realidade, ele ainda segue em atividade, produzindo reportagens especiais para o programa Globo Rural, da TV Globo, há 30 anos.

Antes de iniciar a palestra, Ribeiro afirmou que a UFSC se transformou num espaço de resistência aos abusos cometidos por instituições brasileiras recentemente. Ele se referia à morte do ex-reitor da universidade, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, ocorrida no dia 2 de outubro do ano passado. Naquele dia, Ribeiro estava na UFSC também para uma palestra. “Todo cidadão tem o direito de ser tratado com base na presunção da inocência, como diz a nossa legislação, seja ele um reitor ou um boia-fria”, afirmou.


Defesa do jornalismo

Além de compartilhar experiências que teve como repórter, Ribeiro fez uma defesa do jornalismo. Ele reconheceu que a profissão está em “uma crise como nunca se viu, espantosa e com resultados cruéis”, mas afirmou que a internet, uma das causadoras dessas dificuldades, é a saída para os problemas.

“Estamos num momento de transição. As universidades têm um papel importante nessa fase, pois podem ajudar a encontrar um modelo que permita o jornalista ter seu emprego e possibilite a sobrevivência das empresas”, disse.

Ribeiro afirmou que o jornalista segue com a sua função social e, em tempos de fake news, sua responsabilidade aumentou. “É o profissional tem que a técnica para fazer a seleção das notícias, checar as fontes e mostrar para o público a informação correta”, destacou.

O palestrante defendeu os cursos de jornalismo. Ele acredita que todo profissional que lida com a notícia, com a informação, deve ter um preparo técnico, que só pode ser obtido com o diploma de jornalista.


Biografia

O jornalista Arnon Gomes, autor da biografia sobre José Hamilton Ribeiro, também participou da palestra no auditório do CCE. Ele contou que a obra é fruto do seu trabalho de conclusão do curso de jornalismo, produzido na década passada e transformado em livro em 2014.

Para o autor, Ribeiro não é reverenciado no jornalismo apenas pelo seu trabalho, mas também pela sua personalidade. “Ele é uma figura humana, uma pessoa simples, que tem uma ligação especial com o meio rural, com as coisas do campo”, afirmou.

O título da biografia - “O jornalista mais premiado do Brasil” – é uma alusão ao ranking criado pelo Portal Comunique-se, especializado em comunicação, que classificou Ribeiro justamente como o profissional da área mais premiado no país. “O Zé tem um estilo peculiar de contar as histórias, o caráter humano que ele emprega, carregado com um texto quase literário. Isso faz com que ele seja esse jornalista diferenciado”, considera Gomes.

 

 

› FONTE: Marcelo Espinoza - AGÊNCIA AL

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