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Coordenadora de programa mundial sobre arte nas prisões visita Presídio Feminino em Florianópolis

Publicado em 23/05/2018 Editoria: Florianópolis Comente!


Foto: Denise Lacerda / SJC

Foto: Denise Lacerda / SJC

A coordenadora do maior programa mundial sobre arte nas prisões envolvendo música, teatro, fotografia e dança, professora americana da Universidade de Michigan (Estados Unidos), Ashley Lucas, está em Santa Catarina para apresentar seu trabalho. Na tarde dessa terça-feira (23), ela visitou o Presídio Feminino de Florianópolis acompanhada de um grupo de 13 estudantes de Michigan que integram um intercâmbio com universidades brasileiras. Já na noite de segunda-feira (21), ela expôs detalhes do projeto, o PCAP (Prision Creative Arts Project) ao secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Leandro Lima.

“As ações artísticas e educacionais são de extrema importância dentro das prisões, complementam e contribuem com as nossas ações de ressocialização por meio do trabalho e do estudo. É um trabalho que admiramos e incentivamos em Santa Catarina”, disse o Leandro Lima. Para a professora Ashley, é possível transformar a vida das pessoas na prisão oferecendo ao encarcerado a oportunidade de conhecer o mundo da arte.

Além dos 13 estudantes da Universidade de Michigan, mais três alunos do curso de Licenciatura em Teatro da Udesc participaram da visita ao Presídio Feminino de Florianópolis, que hoje abriga 71 reeducandas.  O grupo foi recebido pela gerente Joana Mahfuz Vicini que explicou aos visitantes que a unidade está passando por reformas e ampliação. Eles foram até o pátio externo e ao espaço de sala de aula e ainda puderam visitar o novo prédio que está sendo construído na unidade.

A estudante de teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Naguissa Takemoto, 21 anos, entrou pela primeira vez em uma unidade prisional. “Eu acredito que a arte em geral pode mudar a vida das pessoas e a relação delas com o corpo. Eles já são retirados da vida em sociedade, então trazer o teatro para dentro de uma prisão é uma forma de oferecer a ressocialização”, disse Naguissa.

No último sábado, a professora Ashley ministrou atividades de jogos teatrais com oito reeducandas do presídio feminino que participam do projeto piloto de teatro coordenado pelo professor do Departamento de Artes Cênicas da Udesc, Vicente Concílio. Concílio, que acompanha a visita da norte-americana, também foi responsável pelo Seminário Internacional de Arte e Educação Prisional realizado na Udesc em maio do ano passado.

A reeducanda Daiane Neves de Melo, de 38 anos, dona de casa com três filhos, hoje cumpre sua pena de oito anos no presídio da Capital. Ela foi uma das primeiras apenadas a se inscrever na oficina de teatro com o professor Vicente Concílio e está feliz com o resultado. “É uma terapia e uma diversão. Abre muito a nossa mente e faz a gente pensar. Adoro o professor Vicente, mas a professora Ashley é maravilhosa”, declarou Daiane que já concluiu a educação formal e agora vai prestar vestibular para Pedagogia.

Interdição

Em outubro do ano passado, uma equipe de monitoramento do Tribunal de Justiça de Santa Catarina determinou que o presídio feminino de Florianópolis fosse interditado. Além da superlotação – o local possui 58 vagas, mas abrigava 139 mulheres – a falta de condições básicas de higiene, falta de estruturas como vasos sanitários, chuveiros e camas e alimentação de má qualidade também foram constatados.

Na época, a SJC afirmou, por meio de nota, que todos os itens seriam analisados internamente e avaliados “com responsabilidade e prontidão”. A Secretaria também afirmou que a unidade passaria por reformas e adequações em breve.

 

 

› FONTE: Assessoria de Comunicação do Governo de SC

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