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Dia Mundial das Aves Migratórias reforça a importância de manter áreas naturais preservadas

Publicado em 09/05/2018 Editoria: Meio Ambiente Comente!


Maçarico-de-papo-vermelho / Foto: Claudio Dias Timm

Maçarico-de-papo-vermelho / Foto: Claudio Dias Timm

No Brasil, existem 1.919 espécies de aves registradas. Desse total, cerca de 10% são migratórias. A informação é do levantamento realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres do ICMBio (Cemave), em parceria com outras instituições. Para aumentar a reflexão sobre a importância ecológica das aves migratórias, necessidade de preservação desses animais e dos locais por onde eles passam, foi criado o Dia Mundial das Aves Migratórias, comemorado desde 2006 no dia 10 de maio.

Ao longo do percurso, as aves migratórias ajudam no controle populacional de insetos e dispersam sementes, contribuindo para a renovação de várias espécies de plantas. O biólogo, doutor em Zoologia e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Mauro Pichorim, destaca que as aves migratórias também auxiliam os pesquisadores a entender as alterações ambientais que estão ocorrendo. “Muitas aves migram do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul e as mudanças climáticas, com períodos mais longos de frio ou de calor, afetam a migração, tornado um indicativo do problema” explica.

Para o especialista, a preservação dessas espécies depende de uma boa cobertura de vegetação natural ao longo de toda a rota migratória - e não apenas nos locais de reprodução ou invernagem. Algumas espécies de aves encontram áreas conservadas no Hemisfério Norte, mas, quando migram para o Hemisfério Sul, passam por locais com poucas árvores para pouso e descanso.

Em risco de extinção, o maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus) voa cerca de 20 mil quilômetros durante o período migratório e, a cada ano, os pesquisadores percebem uma diminuição nas populações dessa espécie. Essa ave não se reproduz no Brasil, mas passa pela costa do país e tem encontrado menos locais para pouso e alimentação, uma vez que há poucas áreas de conservação na região litorânea brasileira. “O aumento de grandes empreendimentos imobiliários na região costeira, em detrimento de florestas, estuários e áreas naturais, prejudicam as populações de aves que passam pelo litoral, durante a rota migratória, em busca da sobrevivência da espécie”, conclui o biólogo.

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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