As celebrações do Ciclo do Divino Espírito Santo iniciam neste sábado (5) na Capital e seguem até o mês de setembro. A abertura oficial está prevista para as 9h, em frente à Casa da Memória, no entorno da Catedral Metropolitana.
Representantes de 14 comunidades da Capital e comitivas de municípios convidados, que também realizam a festa, reúnem-se neste evento. Na programação de abertura das festividades estão previstas o hasteamento da bandeira, benção e distribuição dos pãezinhos, apresentação dos casais festeiros e desfile dos cortejos pelas ruas centrais da cidade.
Durante as festividades será assinado o Registro das Festas do Divino Espírito Santo do Município de Florianópolis, considerando Bem de Natureza do Patrimônio Imaterial ou Intangível do Município, no Livro de Celebrações. As festas serão realizadas nas comunidades do Centro, Trindade, Ribeirão da Ilha, Monte Verde, Prainha, Estreito, Rio Tavares, Pântano do Sul, Campeche, Lagoa da Conceição, Santo Antônio de Lisboa, Rio Vermelho, Barra da Lagoa e Canasvieiras. Os municípios convidados são; Governados Celso Ramos, Bombinhas e Santo Amaro da Imperatriz além da comunidade do Bairro Enseada do Brito de Palhoça.
Tradição
O Ciclo do Divino acontece anualmente dois sábados anteriores ao Domingo de Pentecostes (50 dias após a Páscoa), a Festa mescla elementos religiosos, profanos e folclóricos. Os festejos abrangem novenas, promessas, folguedos populares, folias e cantorias. Contemplam também a procissão da corte imperial e a cerimônia de coroação do Imperador, considerado o principal momento do evento.
Isso porque, segundo historiadores, o início da festa em terras portuguesas é atribuído à devoção da Rainha Isabel de Aragão (1270-1336). De acordo com o artigo “Isabel e a Origem das Festas do Espírito Santo entre os Portugueses”, a Rainha casada com Dom Dinis, Rei de Portugal, fez uma promessa para encerrar as desavenças entre o esposo e o filho, o Príncipe Afonso.
Os conflitos eram frequentes porque o Rei demonstrava predileção por outro descendente, Afonso Sanches, concebido fora do casamento. Temendo pela morte de um dos dois durante as brigas, a Rainha prometeu ao Espírito Santo que realizaria um dia de culto e entregaria a própria coroa se a paz voltasse a reinar. O pedido foi atendido e em agradecimento, Dona Isabel levou à coroa à Igreja do Espírito Santo. Para a entrega, no Dia de Pentecostes, formou-se uma solene procissão com nobres carregando estandartes enfeitados.
Por determinação da Casa Real, a festa passou a se realizar todos os anos na mesma data, ultrapassando as fronteiras do tempo e do território português. Foi assim e com a colonização açoriana que Florianópolis, ou a então Desterro, passou a celebrar as Festas do Divino.
Além de uma tradição religiosa, as celebrações são também uma manifestação cultural dos habitantes da capital catarinense. Considerada a maior festa popular do Arquipélago de Açores. Esta herança tradicional, em Florianópolis, faz parte da programação de comemoração aos 270 anos da presença açoriana em Santa Catarina.
Promovido pela Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, o evento, que recebe o apoio da Prefeitura desde 2010, tem o objetivo de fortalecer as Festas do Divino nas comunidades.
› FONTE: Assessoria de Comunicação da PMF