Um projeto de lei federal quer autorizar os Estados e o Distrito Federal a criarem a loteria para reverter recursos para estimular a melhoria do ensino público e o desempenho de professores e alunos. "Nós queremos formar uma corrente do bem. Os melhores professores vão ser reconhecidos, vão estar mais estimulados a ensinar e os alunos terão mais uma oportunidade de entrar na faculdade e construir o futuro", avaliou o deputado federal Jorginho Mello, autor da proposta em parceria com o reitor Marcus Tomasi e professores da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
A Loteria Estadual de Valorização da Educação (LEVE) vai destinar, no mínimo, 50% da arrecadação de cada sorteio para ajudar na melhora da qualidade de ensino. O restante vai ser destinado para o vencedor do prêmio e os custos operacionais de cada sorteio.
Do montante para a premiação, 70% dos recursos são para dar bônus aos professores das 150 melhores escolas da rede pública de ensino, sendo 50 dos anos iniciais do ensino fundamental, 50 dos anos finais e mais 50 do ensino médio. O dinheiro arrecadado será repassado para a Associação de Pais e Professores de cada escola classificada a cada semestre.
As melhores 150 escolas serão ranqueadas por conta de critérios técnicos, como o IDH do município, o desenvolvimento dos alunos durante os anos e a representação equânime de instituições de ensino de todas as mesorregiões do Estado. Os professores dessas instituições ainda vão concorrer a um sorteio de até R$ 500 mil a cada semestre.
Para a compra de bolsas universitárias, será destinado 20% da receita líquida para os alunos que estudaram no 3º ano do Ensino Médio em escola pública e obtiveram as melhores notas no ENEM, variando a quantidade de beneficiados de acordo com a arrecadação dos concursos. Os outros 10% serão utilizados para a compra de equipamentos para as melhores escolas.
A loteria
O sorteio deverá ser realizado, no mínimo, uma vez por semana e será regido pela Loteria Federal. A aposta terá valor mínimo de R$ 5 e o vencedor terá de acertar os cinco números sorteados.
Todo Estado que autorizar a realização da LEVE deverá criar um Conselho Deliberativo encarregado de fiscalizar e controlar o sorteio e o repasse dos valores, com a presença de representantes do Tribunal de Contas, Ministério Público, Secretaria da Educação, Sindicato dos Professores e a União Nacional dos Estudantes.
O projeto
O projeto foi protocolado na Câmara dos Deputados nesta semana e vai começar a tramitação nas comissões da Casa. Também devem ser realizadas audiências públicas, com a participação de professores, alunos e pais, para debater melhorias e colher outras sugestões para o aperfeiçoamento do projeto.
O reitor da Udesc conta que foi procurado pelo deputado Jorginho Mello para dar suporte técnico na elaboração do projeto. "Esse é um papel da universidade, de estar mais próximo das demandas da sociedade. A iniciativa valoriza a educação e merece nosso apoio", explicou o reitor Marcus Tomasi.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)