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Você já ouviu falar em transplante de útero?

Publicado em 26/10/2017 Editoria: Curiosidades Comente!


Um dos processos mais incríveis do organismo é a capacidade de gestar uma criança. No entanto, a maternidade não é uma realidade a todas as mulheres, seja por opção ou impossibilidade natural. O jornal The New York Times publicou uma matéria sobre o tema e o jornalista Nelson Sheep trouxe novas informações, como o dado de que a cada 5 mil mulheres, uma nasce com os ovários, mas sem o útero.

Entretanto, isso pode mudar por meio de um transplante de útero. O anúncio dessa alternativa foi feito por uma clínica dos Estados Unidos em 2015. Segundo artigo publicado no site MegaCurioso, a Cleveland Clinic desejava implantar o órgão em mulheres que não o possuem ou nos casos em que ele apresenta algum problema.

Essa técnica já existe na Suécia, mas ainda com limitações. Das nove mulheres que passaram pela cirurgia, duas tiveram que remover o útero por problemas de coágulo e infecção. Entretanto, quatro já realizaram o sonho de gerar o próprio filho, mas todas as crianças nasceram prematuramente.

Riscos e benefícios

É importante destacar que a cirurgia pode ser arriscada, e a mulher que recebe o órgão deverá tomar inúmeros remédios antirrejeição, além da possibilidade de ter uma gravidez de risco. Por isso, os especialistas estão considerando este como um transplante temporário. Depois de duas gravidezes, o útero implantado seria retirado e a mulher poderia parar com a medicação.

“As mulheres que estão sendo acompanhadas para um possível transplante são informadas dos riscos e dos benefícios, além de terem um tempão para pensar sobre isso. Nosso trabalho é tornar o transplante o mais seguro e bem-sucedido possível”, explicou ao jornal The New York Times o médico Andreas Tzakis, que está por trás da inovação.

Tzakis acredita que as drogas antirrejeição não afetarão mais as mulheres com transplante de útero do que aquelas que já engravidaram depois de receber rins ou fígados, por exemplo. Nesses casos, há um maior risco de pré-eclâmpsia (uma alteração na pressão arterial da mãe) e de o bebê nascer um pouco menor do que a média. Entretanto, ainda não se sabe qual é a real relação direta das drogas com esses acontecimentos.

Homens grávidos?

Com a possibilidade de implantar um útero saudável em mulheres que não o possuem, surgiu uma grande questão: poderiam os homens passarem pelo mesmo tipo de procedimento? Surpreendentemente, os especialistas disseram que sim!

Claro que o processo seria ainda mais complicado, pois, a princípio, seria muito mais indicado a mulheres transgêneros, ou seja, que nasceram em um corpo masculino e já estão em processo de adequação de gênero. Mas homens cis também poderiam gestar filhos.

No entanto, seria preciso criar um canal vaginal e remodelar toda a estrutura da pélvis para preparar o corpo para a gestação. Além disso, seria necessário tomar uma grande quantidade de hormônios para que o corpo suporte as mudanças que ocorrem durante a gestação – algo que mulheres na menopausa já fazem quando tentam engravidar.

Em qualquer um dos casos (mulheres transexuais e homens cis), a gestação não teria como ser “natural”. Apenas o útero seria implantado, não havendo ligação com as trompas de Falópio de quem já as possui. Por isso, a fertilização seria in vitro, com posterior implante do embrião em quem recebeu o órgão. 

› FONTE: Nelson Sheep

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