Em referência ao Dia Nacional de Combate à Sífilis, celebrado no dia 21 de outubro, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta para a importância do diagnóstico precoce da doença, que é uma infecção sexualmente transmissível, altamente contagiosa e que, quando não tratada, pode evoluir para forma sistêmica e grave. O uso de preservativo em todas as relações sexuais é o método mais eficaz de prevenção, protegendo o indivíduo de outras 11 Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como o HIV e as hepatites B e C.
“Toda a população sexualmente ativa deve fazer testagem para sífilis, especialmente as pessoas que praticaram sexo sem proteção, incluindo sexo oral. O teste dever ser realizado anualmente. "A sífilis é uma doença muito democrática, e não escolhe cor, credo, condição social ou orientação sexual", alerta o médico infectologista Eduardo Campos de Oliveira, técnico da Gerência de ISTs/AIDS e Hepatites Virais da Dive.
Para as gestantes, o cuidado é redobrado, considerando que a infecção pode ser transmitida para o bebê (sífilis congênita) e provocar má formação do feto e aborto. O teste para sífilis deve ser realizado no primeiro trimestre da gestação, ser repetido no terceiro trimestre e no momento da internação para o parto. “E os parceiros sexuais das gestantes também devem ser testados durante o pré-natal”, complementa Eduardo Campos de Oliveira.
O Teste Rápido para sífilis é oferecido pelo SUS e pode ser solicitado por qualquer pessoa diretamente na unidade de saúde. O processo é rápido, seguro e sigiloso. “Os médicos da rede pública e privada também devem incluir os testes treponêmicos (VDRL) nas solicitações de rotina aos seus pacientes. E não apenas os ginecologistas e obstetras, mas os de todas as especialidades, como dermatologistas, oftalmologistas, ortopedistas”, destaca Campos.
Essa indicação foi reforçada pela Recomendação nº 2/2016, do Conselho Federal de Medicina (CFM), enviada a todos os médicos brasileiros para que orientem a realização de exames para sífilis, hepatites B e C e HIV a seus pacientes, com o objetivo de ajudar no diagnóstico em tempo oportuno dessas doenças infectocontagiosas.
Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis apresenta, em sua evolução clínica, fases em que há apresentação de lesões de pele ou mucosas, aumento de gânglios (ínguas), queda de pelos, dores articulares, inflamações oculares, entre outras, geralmente no primeiro ano de doença. Se não diagnosticada e tratada, o paciente doente poderá não mais apresentar sintomas por muitos anos ou décadas, mas o seu ressurgimento indicará graves danos ao organismo, em especial lesões cardíacas, neurológicas ou psiquiátricas e ósseas. O tratamento da sífilis é oferecido pelo SUS.
Situação epidemiológica
Santa Catarina está vivendo uma epidemia de sífilis nos últimos anos, assim como o Brasil e diversos países do mundo. O crescimento é expressivo, considerando os registros dos últimos cinco anos (2012-2016) divulgados pela Dive. Os casos de sífilis adquirida aumentaram 320% neste período, passando de 2.012 para 8.427. Entre as gestantes, os novos casos notificados saltaram de 309 para 1.443, o que representa um incremento de 360%.
Em relação aos casos de sífilis congênita, a situação é ainda mais preocupante, pois a infecção pode levar ao abortamento, à morte fetal e a lesões neurológicas, cardíacas, oftálmicas e articulares irreversíveis. A quantidade de novos casos cresceu 450% nos últimos cinco anos. As notificações aumentaram de 100, em 2012, para 559, em 2016.
Plano de enfrentamento
A Dive deu início ao Plano de Redução da Sífilis Congênita de Santa Catarina, com o objetivo de eliminar a transmissão da doença da mãe para o bebê em todo o estado até 2019. O documento está baseado no protocolo do Ministério da Saúde (MS) e requer o envolvimento dos três níveis de governo, por meio da atuação dos gestores e profissionais de saúde. “É fundamental o comprometimento dos gestores e dos profissionais de saúde dos níveis estadual e municipais para garantir a operacionalização do plano nos municípios”, destaca Eduardo Macário, diretor da Dive.
Dentre as metas, estão aumentar a cobertura da testagem para sífilis nas gestantes durante o pré-natal, bem como nos casais que estão planejando engravidar, intensificar a cobertura de tratamento adequado nas gestantes com sífilis durante o pré-natal, incluindo o tratamento dos parceiros sexuais e aumentar a cobertura de tratamento e o seguimento adequado dos recém-nascidos com sífilis congênita.
Para saber mais sobre doença, suas formas de transmissão e de prevenção, onde encontrar o teste rápido de diagnóstico, de forma rápida, gratuita e sigilosa, acesse www.dive.sc.gov.br/sifilis
› FONTE: Assessoria de Comunicação do Governo de SC