A campanha Setembro Verde não destaca apenas o movimento favorável à doação de órgãos no Brasil, mas também é o mês de alerta sobre o diagnóstico precoce do câncer de intestino e reto (câncer colorretal- CCR).
“Este tipo de câncer pode ser evitado em 90% dos casos, mas, com o passar dos anos, faz cada vez mais vítimas no Brasil. Pensando nisso, a campanha Setembro Verde promove durante todo esse mês uma série de ações nos municípios de Blumenau, Joinville, Jaraguá, Itajaí, Indaial, Criciúma, Florianópolis, São José, Palhoça, Tubarão, Lages e Joaçaba”, explica a médica Maria Cecília Araújo, especialista em Cancerologia Clínica e membro do corpo clínico de Oncologistas do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) e da Viver Clínica Médica, em Florianópolis.
Ela relata que os dados são alarmantes. “Estima-se que em 2016 o câncer colorretal foi o segundo tumor mais incidente em mulheres no Brasil, como 17.620 casos, perdendo apenas para o câncer de mama. Em homens foi a terceira causa de câncer, com 16.660 casos”, diz a especialista.
Para o ano de 2020, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), são esperados mais de 15 milhões de casos novos de câncer no mundo. O câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil, com 190 mil óbitos por ano. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de que 596 mil novos casos da doença surjam este ano. Destes, 34.280 casos serão somente de câncer de cólon e reto (intestino), cuja proporção será maior na Região Sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
A maior incidência do câncer de cólon e reto na Região Sul se deve ao estilo de vida da população, em que há uma elevada prevalência de excesso de peso e obesidade, inatividade física, tabagismo, ingestão de bebida alcoólica e consumo de carnes processadas como salsicha, presunto, linguiça, etc.
A grande incidência do CCR no Brasil é preocupante. Estudos divulgados recentemente mostraram que este tipo de tumor tem aumentado inclusive entre pacientes jovens, menores de 55 anos, devido ao aumento dos casos de obesidade e dieta pobre em frutas e verduras
A campanha
“Queremos incentivar a adoção de uma alimentação saudável para que isso possa contribuir com a redução do risco do CCR. Além disso, uma das melhores maneiras de se fazer a prevenção é por meio da polipectomia (retirada de pólipos - lesões pré-cancerígenas), procedimento realizado por uma colonoscopia. O exame, que pode reduzir em mais de 50% a incidência de câncer, permite avaliação de todo intestino grosso através de uma câmera” comenta Elisa Treptow Marques, presidente da Sociedade Catarinense de Coloproctologia.
Quando associado o índice de cura à velocidade com que é detectada a doença, cerca de 90% dos pacientes diagnosticados na fase inicial ganham uma sobrevida de cinco anos. Essa porcentagem diminui à medida que o diagnóstico é feito em estágios mais avançados, chegando a 71% nos pacientes com metástases regionais e apenas 13% para aqueles com doença a distância (como no fígado e pulmões). Além da redução da mortalidade, pacientes diagnosticados precocemente não necessitam de tratamentos mais intensos e com efeitos colaterais, como radioterapia e quimioterapia, por exemplo.
A colonoscopia é indicada para a população com mais de 50 anos. de maneira geral, o que se indica é a realização da colonoscopia na população que está sob maior risco, que são as pessoas com mais de 50 anos. Entre as ações confirmadas para Grande Florianópolis está a organização de um mutirão para a realização de 50 exames de colonoscopia, no dia 30 de setembro, no Hospital Universitário (HU). Na ocasião, pacientes do SUS, acima de 60 anos e que já estão agendados, serão atendidos por médicos voluntários.
Também haverá a exposição de um intestino gigante no Continente Park Shopping, nos dias 15, 16 e 17, onde profissionais da saúde guiarão os visitantes em um passeio pelo seu interior, uma réplica que permite à população observar detalhes do próprio corpo.
“A mensagem que queremos passar neste mês, e que esperamos que se propague e prevaleça durante o ano todo, é de que a prevenção é sempre o melhor remédio, e ter um estilo de vida saudável faz toda a diferença”, complementa Amilton Carniel Guimarães, presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva - SC.
Ele lembra que existem outros fatores de risco individuais como história familiar de câncer, presença de doenças inflamatórias intestinais e/ou mutações genéticas e obesidade, que devem ser avaliados em consulta médica.
› FONTE: Assessoria de Comunicação da SES/SC