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Agosto Dourado busca conscientização sobre aleitamento materno

Publicado em 31/07/2017 Editoria: Saúde Comente!


Foto: Getty Images

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No final dos anos 1960, Rosa teve sua primeira filha. Imaginou que iria amamentá-la, como a mãe havia feito com ela e os irmãos. Rosa não tinha nenhum problema de saúde, mas mesmo assim o marido afirmou que o leite dela era fraco. Não demorou muito para que a menina largasse o peito e começasse a tomar mamadeira, o leite de Rosa empedrou assim como seu lamento.

Hoje, Rosa já é avó, teve mais quatro filhos depois da primeira menina e tem a certeza de que na época, o conhecimento sobre a importância da amamentação é que era fraco.

Por histórias como essa é que há 25 anos ocorre a Semana Mundial de Aleitamento Materno. Este ano, ela será do dia 1º a 8 agosto, ainda que o tema seja explorado durante todo o mês com a campanha Agosto Dourado.

O aleitamento materno é o modo mais apropriado e seguro de alimentação infantil. Proporciona uma combinação única de proteínas, lipídios, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e células vivas, assim como benefícios nutricionais, imunológicos, psicológicos e econômicos reconhecidos. Estudos indicam que a amamentação contribui na redução do risco de obesidade e de doenças crônicas.

O ato de amamentar também carrega uma forte carga emocional, pois é por meio dele que o ser humano experimenta um dos seus primeiros contatos com o mundo. A relação mãe-filho, promovida pela amamentação, nunca mais será esquecida. Com o leite, o bebê conhece o tato, o cheiro, o gosto e, o mais importante, experimenta a sensação de segurança que repercutirá na sua personalidade ao longo de toda sua vida.

O leite materno tem diversas substâncias protetoras, importantes na defesa contra as doenças infecciosas tão comuns no período transcorrido na primeira infância. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação de forma exclusiva até o sexto mês de vida e depois complementado por alimentos saudáveis até dois anos de idade.

Desafios

De acordo com o informativo da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network (IBFAN) divulgado no ano passado, a amamentação é a base para uma boa saúde tanto para as crianças a curto e a longo prazo, quanto para as mulheres que amamentam. Apesar disso, as taxas de aleitamento materno no mundo permaneceram estagnadas nas últimas duas décadas. Menos de 40% das crianças abaixo de seis meses de idade são amamentadas exclusivamente no peito.

As mulheres ainda enfrentam vários obstáculos para amamentar. A falta de apoio de familiares como aconteceu com Rosa, dificuldade no acesso ao aconselhamento qualificado para a amamentação, promoção agressiva de alimentos para lactentes e crianças na primeira infância como também de mamadeiras e bicos e também pressão para voltarem a trabalhar logo após o nascimento da criança.

A enfermeira obstetra e especialista e consultora em aleitamento materno e amamentação, Soninha Silva, respondeu algumas dúvidas frequentes sobre amamentação. Confira o conteúdo abaixo.

Alimentação da mãe 

Uma alimentação adequada no período da amamentação deve incluir: consumo variado de pães, cereais, carnes, peixes marinhos que contenham ômega3 e ingestão de líquido suficiente para saciar a sede. Uso moderado de café e de produto cafeinado, como chás, chocolates e bebidas à base de cola, que poderá provocar no bebê insônia, agitação e cólicas. A mãe não deve consumir alimentos industrializados. 

Qual deve ser o intervalo entre as mamadas? 

A mãe deve oferecer o peito sempre que o bebê quiser, tiver fome ou sede. Só mamando livremente é que terá um ganho de peso satisfatório.  Com o aleitamento materno exclusivo os bebês chegam a mamar de 8 a 12 vezes ao dia.  Os próprios bebês estabelecem seus horários e o espaçamento entre as mamadas passam a ser, em média, de três horas.

Qual deve ser a duração das mamadas? 

De modo geral, a duração da mamada pode variar entre 20 e 30 minutos. 
O bebê deve mamar o tempo necessário para esvaziar uma mama, pois o leite do final da mamada é mais gorduroso e contém mais calorias, de modo que o bebê fica mais saciado e ganhará mais peso. 

Será que meu leite é fraco? 

Não existe leite fraco. Todo leite materno é bom e tem propriedades suficientes para alimentar e proteger o bebê. Quanto mais o bebê sugar, mais as glândulas mamárias produzirão leite. É a sucção que desencadeia e mantém a produção do leite.

Aleitamento cruzado 

De acordo com o Ministério da Saúde, é proibido à mãe amamentar outras crianças que não seus filhos. Essa prática é vedada em razão da possibilidade de transmissão de doenças pelo leite. 

Quem pode ser doadora de leite humano?

Algumas mulheres quando estão amamentando produzem um volume de leite além da necessidade do bebê, o que possibilita que sejam doadoras para um Banco de Leite Humano. Se você quer doar seu leite, entre em contato com um Banco de Leite Humano.

Uso de chupetas e mamadeiras

O uso de mamadeiras e chupetas costuma modificar a maneira de mamar dos bebês. Eles podem confundir os bicos. 

Problemas com a mama

Fissuras mamilares: as causas mais comuns estão relacionadas à pega incorreta por parte do bebê. 

Como evitar? A pega adequada requer que o bebê alcance grande parte da aréola de modo que o bico fique posicionado no céu da boca, evitando atrito com a língua e a gengiva. A posição adequada do bebê durante a amamentação é um importante fator preventivo. Para interromper a mamada, o ideal é colocar o dedo mínimo no canto da boca do bebê, entre as gengivas, para que solte sem machucá-lo.

Ingurgitamento mamário (leite empedrado): as mamas ficam doloridas, com áreas avermelhadas, quentes e edemaciadas (inchaço), o que provoca a sensação de endurecimento local.

Como evitar? O esvaziamento da mama é importante. Se o bebê não sugar, a mama precisa ser esgotada manualmente. O uso contínuo de sutiãs confortáveis com base e alças firmes e largas mantém as mamas elevadas e alivia as dores. Compressas frias com tempo de aplicação não superior a 15 minutos em intervalos regulares são também indicadas para diminuir a congestão. 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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