A Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf), em parceria com o Observatório da Mobilidade Urbana da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e as prefeituras municipais, realizará apresentações da proposta de reestruturação do transporte público metropolitano.
Os eventos ocorrerão a partir da segunda quinzena do mês de agosto nos municípios participantes do sistema: São Pedro de Alcântara, Antônio Carlos, Governador Celso Ramos, Santo Amaro da Imperatriz, Biguaçu, Águas Mornas, São José e Palhoça.
“É muito importante que os moradores da região metropolitana conheçam as mudanças propostas no sistema de transporte coletivo que vão afetar diretamente a vida das pessoas. Com a unificação dos sistemas de transporte público municipais com o sistema intermunicipal, criando um só sistema metropolitano, será possível oferecer melhores serviços e mais conforto aos passageiros dos ônibus, com tarifas médias mais baixas que as atuais. Queremos realizar um processo participativo para aprimorar a proposta a partir da visão da população e das sugestões da sociedade civil”, explica o superintendente da região metropolitana da Grande Florianópolis, Cássio Taniguchi.
Segundo o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus), atualmente existem muitas superposições de linhas municipais com intermunicipais, além de superposição de linhas de diferentes empresas. “Esse diagnóstico nos mostra que temos, hoje, um sistema de transporte ineficiente. Com o novo sistema, buscamos ter ônibus confortáveis e mais rápidos para mudar a cultura dominante do automóvel na região metropolitana de Florianópolis”, comenta o coordenador do Observatório da Mobilidade Urbana da UFSC, Werner Kraus Junior.
O projeto de reestruturação do transporte público metropolitano elaborado pelo Observatório prevê uma maior oferta de horários, mais conectividade entre os municípios da região continental e melhor qualidade dos ônibus que atenderão a população. Outra mudança importante é a reordenação dos itinerários das linhas de ônibus com a utilização de dois terminais de integração, um em Biguaçu e outro em Palhoça, que resultará em uma maior cobertura territorial do sistema de transporte público.
Hoje há uma grande oferta de linhas para Florianópolis e poucas opções para se deslocar entre os demais municípios. Quando o usuário de ônibus quer transitar entre São José e Biguaçu, por exemplo, muitas vezes precisa ir até o centro da Capital e pagar duas passagens intermunicipais para chegar ao seu destino, pois não encontra alternativa direta entre os dois municípios.
A proposta a ser debatida com a população nos próximos meses refere-se à fase inicial do sistema integrado metropolitano. Para as etapas futuras, já se dispõe de projeto de linhas de BRT conectando novos terminais, formando uma rede de alta capacidade e de alta velocidade.
De acordo com a assessoria de comunicação do governo de Santa Catarina, por meio da Suderf, o órgão está buscando recursos para viabilizar a implantação de corredores exclusivos de BRT e das estações de embarque ao longo da BR-101 e BR-282.
As apresentações da proposta de reestruturação do transporte público metropolitano serão conduzidas por técnicos da Suderf, além da equipe da UFSC e das prefeituras municipais.
Etapas da reestruturação do sistema de transporte metropolitano
1 - Apresentações públicas nos municípios (proposta de reestruturação do transporte público intermunicipal na região da Grande Florianópolis)
2 - Audiência pública inicial (apresentação do edital de licitação para criação do sistema de transporte metropolitano)
3 - Consulta pública
4 - Avaliação técnica (período de avaliação do edital pela sociedade)
5 - Audiência pública final (apresentação do edital com as contribuições recebidas e debate)
6 - Adequação do edital de licitação
7 - Edital para o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC) que avalia o edital
8 - Publicação do edital de concorrência pública
Reajuste
Desde o início da semana, 23 de julho, as passagens do transporte intermunicipal tiveram aumento de 7,23%. Para as linhas rodoviárias intermunicipais, o reajuste foi de 6,94% (Piso 1) e 6,84% (piso 2). A operação foi autorizada pelo Departamento de Transportes e Terminais (DETER).
Desafios
O transporte público coletivo é apontado pelo Plamus como prioridade para melhorar a mobilidade urbana. Fica óbvio para quem se locomove todos os dias na Grande Florianópolis que a quantidade de carros e motocicletas cresceu exponencialmente nos últimos anos.
Os problemas da mobilidade urbana podem ser observados na falta de infraestrutura de calçadas e estradas, na ausência de sinalização adequada, na perda de tempo e estresse no trânsito, assim como nos acidentes e mortes. O tema também atinge diretamente a área da saúde.
De acordo com o relatório da Rede Vida no Trânsito, o número de mortes na capital catarinense aumentou 56,6% em 2014 com relação ao ano anterior, o que elevou a taxa de mortalidade de 11,7 para 18 óbitos a cada 100 mil habitantes. O documento ainda faz uma estimativa, se considerarmos que para cada morte, até 50 pessoas ficam feridas, aproximadamente 4.150 pessoas morreram em 2014 devido à violência no trânsito em Florianópolis.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br) com informações da assessoria de comunicação do Governo de SC