O Patrimônio Cultural Funerário Catarinense é tema do primeiro volume da coleção Horizontes do Patrimônio Cultural, que a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) lança por meio da sua editora, a FCC Edições.
Trata-se de um guia, fruto de um levantamento pioneiro no país sobre bens funerários materiais e imateriais, no caso os cemitérios, manifestações e ritos considerados imprescindíveis à história das cidades. A publicação
A publicação pode ser conferida neste link e será lançada nesta segunda-feira (17), às 18h, durante o 8° Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais, no campus da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Florianópolis.
Com tiragem inicial de mil exemplares impressos, o guia também estará disponível para download na página da FCC. A pesquisa e o conteúdo levam a assinatura da doutora em História pela UFSC e vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (Abec), Elisiana Trilha Castro, também autora de diversas outras obras sobre o tema. Ali estão listados mais de 30 cemitérios em sete regiões de Santa Catarina e que retratam uma faceta da diversidade cultural do estado.
“O objetivo do guia é estimular a preservação dos bens funerários e seu conhecimento mais amplo, porque os cemitérios são lugares de memória e, sendo assim, são fontes de informação para o estudo da história e cultura do nosso povo”, destaca o presidente da FCC, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz.
Na sequência do Guia do Patrimônio Cultural Funerário Catarinense, a coleção prevê o lançamento de outras duas publicações: uma sobre o patrimônio gastronômico e outra sobre o patrimônio industrial.
Além da curiosidade
O patrimônio funerário, explica a autora do Guia, consiste no conjunto de bens, materiais e imateriais, encontrados em locais de sepultamento, acervos diversos, cemitérios e demais espaços e práticas relacionadas com a morte.
A iniciativa vai ao encontro das demandas de diversas comunidades do Estado que desejam preservar espaços de sepultamentos diante das suas importâncias para a memória e história.
“A proposta deste guia pode causar curiosidade e espanto. Contudo, a riqueza deste patrimônio, com destaque para o encontrado em Santa Catarina, é capaz de fazer o assombro dar lugar a uma série de novas possibilidades de olhar a morte e os mortos”, disse.
O mapeamento funerário revela uma etnografia singular sobre a diversidade cultural do Estado resultante da chegada dos imigrantes a partir do século 18 (italianos, germânicos, ucranianos), além das demais culturas já existentes – no caso os sítios de sepultamentos pré-históricos, indígenas e quilombolas. Tais espaços consolidam traços marcantes das formações étnicas, religiosas e culturais.
Entre os cemitérios convencionais e públicos destaca-se a influência da arte tumular italiana, notadamente católica, a exemplo do Cemitério de São Martinho, no Sul do Estado, um dos três em Santa Catarina em estudo para tombamento em âmbito estadual. Em termos de reconhecimento, o caso mais notório é o Cemitério do Imigrante, em Joinville. Criado em 1851, o espaço se destaca pela arquitetura típica dos cemitérios germânicos, sendo tombado na década de 1960 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Há casos que se destacam pela peculiaridade, como o cemitério da comunidade alemã, em Florianópolis, que surgiu no século 19 para abrigar os mortos protestantes, que à época não podiam ser sepultados junto aos da predominante fé católica. Outros chamam a atenção pelo exotismo, como o Cemitério Edith Gaertner, em Blumenau, dedicado a gatos de estimação.
As diferenças também se evidenciam pelo regionalismo (Serra, Litoral e Extremo-Oeste) e eventos históricos, a exemplo dos cemitérios de Irani e Taquaruçu, palcos da Guerra do Contestado (1912-1916).
Além da versão digital, o guia também pode ser adquirido no formato impresso. Interessados poderão se informar junto à Diretoria de Preservação de Patrimônio Cultural da FCC pelo e-mail [email protected].
Serviço
O quê? Lançamento do Guia do Patrimônio Cultural Funerário Catarinense – Coleção Horizontes do Patrimônio Cultural - Elisiana Trilha Castro, 2017, 54 páginas, FCC Edições
Onde: segunda-feira, 17, 18h, no campus da Udesc, Florianópolis
Entrada: gratuita
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)