As peças que vão permitir a ligação das barras de olhal com os blocos de ancoragem na Ponte Hercílio Luz chegaram ao canteiro de obras da empresa responsável pelos trabalhos, na manhã desta segunda-feira (3), em Florianópolis. São quatro peças de 13,3 toneladas cada, que foram transportadas de carretas de Ipatinga, em Minas Gerais, para a capital catarinense.
O engenheiro fiscal da obra, Wenceslau Diotallevy, informou que as peças serão colocadas depois da substituição das barras de olhal antigas pelas novas e após o processo de transferência de carga, previsto para outubro deste ano.
“Serão duas peças de ancoragem no lado continental e duas no lado insular da ponte. Elas serão fixadas nos blocos através de cabos. Isso permite a ancoragem de todo sistema de sustentação da ponte, que é suportado pelas barras de olhal. São peças importantes e fundamentais para a recuperação da Ponte Hercílio Luz”, explicou o engenheiro.
As peças foram fabricadas pela Usiminas, no estado de Minas Gerais, e o custo total de todas as unidades instaladas será de R$ 2,9 milhões. “As peças foram fabricadas com aço especial e passaram por todas as especificações técnicas”, destacou Wenceslau. Também chegaram ao canteiro de obras nesta segunda-feira mais 24 barras de olhal.
Até o momento, foram entregues 48 barras. Ao todo, serão 360 destas peças que vão substituir as existentes, responsáveis pela sustentação da ponte. As barras têmm em médiam 13 metros de comprimento, 750 milímetros de largura, 50 milímetros de espessura e pesam cerca de 1,8 toneladas. Também foram fabricadas pela Usiminas, e o custo de todas as unidades é de R$ 47,2 milhões. A empresa Empa, do grupo português Teixeira Duarte, é a responsável pelo atual ciclo das obras de restauração da ponte.
A ponte
Em 2015, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, Diogo Ringenberg, protocolou junto à Corte de Contas, uma representação referente ao desperdício de recursos públicos ocorrido durante os mais de 30 anos em que a Ponte Hercílio Luz está interditada.
Segundo Ringenberg, nesse período foi gasto quase meio bilhão de reais em possíveis soluções. Também foram requeridas medidas cautelares para que o Estado notificasse os moradores que vivem nas imediações da ponte sobre o risco de desabamento e a formação de um plano emergencial de contingência que preveja procedimentos em caso de queda do monumento.
Em janeiro deste ano, o Tribunal de Contas decidiu negar a cautelar que que exigia a elaboração de plano de contingência para o enfrentamento de possível colapso na estrutura da Ponte Hercílio Luz. A decisão do Tribunal de Contas levou em consideração esclarecimentos e documentos apresentados pela Secretaria de Estado da Defesa Civil.
O conselheiro, Adircélio de Moraes Ferreria Júnior, reconheceu que a Defesa Civil não elaborou um plano específico para a obra da ponte, mas valeu-se do Plano de Contingência do Município de Florianópolis, que tem o envolvimento de dirigentes e servidores de diversos órgãos municipais, estaduais, federais e da própria comunidade, além do acionamento do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)