Ontem, no domingo (2), Kallel completou seis meses. O que deveria ser apenas motivo de comemoração, transformou-se na incômoda sensação de que quanto mais o tempo passa, menor é a chance de recuperação completa do menino. Kallel nasceu em janeiro deste ano.
Quando fez três meses, o pai começou a notar que o formato da cabeça do filho estava diferente. Rita duvidava e repetia que “era coisa é da cabeça do marido”. Durante uma visita, a tia de Kallel fez a mesma observação já apontada. Tirou fotografias pelo celular e enviou a uma amiga, que havia enfrentado situação parecida com as filhas gêmeas. Fernanda confirmou a semelhança e disse que Kallel tinha assimetria craniana posicional.
Segundo o médico, Gerd Schreen, esse tipo de assimetria se tornou frequente após apelo da Organização Mundial da Saúde para que os pais colocassem os bebês para dormirem de barriga para cima. A ação é justificada até hoje e foi responsável por diminuir várias mortes de recém-nascidos. No entanto, os bebês passaram a ficar com a região de trás da cabeça sempre apoiada e frequentemente em apenas uma posição durante todo o dia. Esse “apoio viciado” em uma fase em que a cabeça da criança cresce rapidamente é o que causa a assimetria.
Rita marcou consultas com pediatras, que disseram para ela não se preocupar, que o cabelo logo cresceria e cobriria a imperfeição. Praticamente a mesma conclusão ouvida diversas vezes por Fernanda. No caso dela, as filhas apresentaram o problema durante a gestação. Inconformado, o pai de Kallel buscou locais de referência para levar o filho. Com auxílio de amigos, a família viajou até São Paulo para conseguir um diagnóstico especializado.
De acordo com Rita, o médico explicou que senão tratado, o cérebro de Kallel irá crescer sem espaço adequado, o que pode provocar problemas de fala, audição e dicção. O procedimento indicado é o uso de uma órtese em forma de capacete, a qual é colocada na criança e faz com que a cabeça se desenvolva no formato comum. Fernanda conta que as gêmeas usaram o capacete e corrigiram a deformação. Para ela, que hoje recebe pedidos de orientação de outros pais, a maior dificuldade nesses casos é a falta de informação.
Schreen explica que em um primeiro momento, o melhor a se fazer é o reposicionamento, ou seja, alterar a posição do bebê. ”Significa apoiar a cabeça dele sobre as áreas abauladas e deixar um espaço livre, sem apoio, nas áreas achatadas”. Contudo, o reposicionamento é direcionado aos bebês mais novos, no máximo até o quinto mês de vida, e com assimetrias leves. Porém, a mãe fala que a idade do filho e o fato dele ser uma criança já bastante ativa, faz com que o reposicionamento já não surta o efeito esperado.
Kallel tem braquicefalia com achatamento do crânio, deformidade na bochecha direita (saltada para frente) e a orelha esquerda está desalinhada com a direita.
Kallel mora com o pai, a mãe, o irmãozinho mais velho e a avó. Rita está de licença maternidade e o marido procura emprego. O capacete é importado e o custo do tratamento é de aproximadamente, R$ 14.900,00, sem contar os gastos com as viagens, alimentação e hospedagem da família em São Paulo. Eles não têm condições de pagar pelo procedimento recomendado, que só é possível até os primeiros 18 meses de vida – fase em que a cabeça ainda cresce de maneira acelerada. “Nosso chão caiu, e agora?!”, desabafa a mãe.
Quem tiver interesse em ajudar, abaixo estão algumas formas.
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Isaac Araújo Romario
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› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)