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Trinta e sete anos após ter sido atribuída a um ataque cardíaco, a morte do ex-presidente João Goulart, o Jango, ocorrida no exílio, em 6 de dezembro de 1976, volta a chamar a atenção da mídia e da população.
Integrantes da Comissão Nacional da Verdade, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e peritos de quatro países estão no Rio Grande do Sul para participar, nesta quarta-feira (13), da exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart. A família suspeita que ele tenha sido assassinado.
Após um pedido da família de Goulart, realizado no dia 18 de março, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) decidiu investigar a morte do ex-presidente.
No atestado de óbito, a causa da morte registrada é infarto do miocárdio. Mas tal causa nunca convenceu a família, que acusa o governo militar da época, de Ernesto Geisel, de ter envenenando o ex-presidente.
A suspeita de assassinato ganhou força há quase uma década. Em 2006, Mario Neira Barreiro, um uruguaio que atuou na repressão militar em seu país, declarou à Polícia Federal que teve participação na morte de Jango.
Ele afirmou que o ex-presidente foi envenenado através de comprimidos adulterados, que tomava por conta de um problema cardíaco.
A perícia será feita pela Polícia Federal brasileira, que será supervisionada por especialistas cubanos, indicados pela família, que dirigiram a recuperação dos restos de Che Guevara na Bolívia nos anos 90, a Equipe Argentina de Antropologia Forense e representantes da Cruz Vermelha Internacional.
Os restos mortais de João Goulart devem chegar a Brasília na quinta-feira.
› FONTE: G1 RS/Estadão
