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Enxurrada de boletos falsos deixa empresários e consumidores em alerta

Publicado em 28/03/2017 Editoria: Geral Comente!


foto divulgação internet

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Um novo golpe do boleto falso vem sendo aplicado em todo o País e deixado em alerta empresários e consumidores

Está se tornando uma prática comum empresas receberem por e-mail e correio correspondências com boleto bancário fraudulento em nome de organizações que mantêm relações comerciais para que seja pago em substituição ao boleto verdadeiro encaminhado pelo fornecedor. A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) e a Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec) orientam os empresários e colaboradores sobre como proceder caso desconfie de algum boleto.

O golpe funciona da seguinte maneira: o e-mail fraudulento informa que devido a problemas operacionais no sistema de faturamento de notas fiscais da empresa (usando o nome de um fornecedor), houve divergência no cálculo da alíquota de PIS/Cofins e CSLL e, por isso, foi cobrado um valor maior. Para equalizar o erro, o falso solicitante pede para desconsiderar o boleto já enviado e considerar o que está em anexo, com o suposto valor correto. O boleto emitido segue os padrões normais, com informações do cedente. Os fraudulentos utilizam o XML da nota fiscal eletrônica, copiando exatamente as letras e números do campo da duplicata.

O coordenador do Núcleo das Empresas da Tecnologia de Informação e Comunicação (NTIC) da ACIC, Rudimir Araldi, frisa que esse é mais um dos golpes cibernéticos relacionados com o uso descuidado da internet. Ele explica que, para que o boleto possa ser clonado ou espelhado, é necessário, por parte dos hackers, a implantação de um programa vírus no computador do fornecedor que emite a nota fiscal e o boleto de cobrança ou no computador de quem recebe a nota fiscal e o boleto. "Esse vírus é instalado no descuido do uso da internet, como por exemplo, abrindo e-mails suspeitos ou navegando em redes sociais não seguras. O hacker, de posse dos dados da nota emitida ou recebida e do e-mail do cliente que vai pagar a cobrança, simplesmente envia um novo boleto, com dados alterados, sendo que o valor cobrado vai cair em outra conta que não a do fornecedor", explica.

De acordo com Araldi, é muito difícil identificar se um boleto é falso ou não devido às diversas informações que constam nele. "Geralmente o boleto clonado ou falsificado vem praticamente igual ao boleto verdadeiro, com mudanças apenas nos números do código de barras que direcionam o valor cobrado para outra conta", expõe.

Uma forma de evitar o recebimento desses boletos falsos é utilizar o DDA do banco (informe-se no banco sobre isso). Nesse caso, o boleto vai estar registrado e o sistema do banco vai identificar se é ou não legítimo. Outra maneira é ficar atento. "Ao receber o boleto, se for de um fornecedor assíduo, veja se é do mesmo banco dos boletos anteriores. Se o valor tiver desconto, mesmo sendo uma boa notícia, desconfie e ligue para o fornecedor, se for verdade, aproveite e agradeça", acrescenta Araldi.

O diretor de Infraestrutura da Deatec, Fernando Mangold, especialista em segurança on-line, também orienta empresários e demais profissionais sobre como identificar golpes e fraudes. Ele explica que os fraudulentos podem utilizar tanto e-mail quanto celular, WhatsApp, redes sociais ou tablet para aplicar as fraudes. "Os estelionatários vêm aplicando cada vez mais golpes utilizando essas tecnologias, aproveitando o fato de que não fomos educados para o uso seguro e adequado de todas essas mídias", comenta. Segundo ele, a maioria dos golpes, como o do boleto falso, pode ser identificada estando atento antes de efetuar o pagamento. "Normalmente esses boletos carecem de informação, vem de endereços de e-mail suspeitos ou mesmo os telefones que constam não existem", explica.

Mangold dá algumas dicas para identificar boletos falsos: verificar se o número do código de barras corresponde ao da parte de cima da fatura e se os primeiros algarismos se referem ao banco de destino do pagamento; observar a data de vencimento e desconfiar de faturas vencidas; consultar o CNPJ da empresa beneficiária; observar a padronização do boleto como cabeçalhos, espaçamento, fonte, marcas e sinalizações que dificilmente mudam de um mês para outro; observar erros de português, pois atestam que o documento é fraudado; e comparar a qualidade do papel com boletos antigos.

PREVENÇÃO

Alguns cuidados básicos podem ser tomados pelos empresários para prevenir adulteração de boletos. Primeiro, é essencial que o antivírus do computador esteja sempre atualizado. "Caso precise imprimir uma via de boleto pela internet, evite imprimir em computadores que você não conhece", orienta Mangold. Outro cuidado é evitar clicar em links desconhecidos para geração de boleto, pois você pode estar sendo direcionado para uma página falsa com boleto adulterado. &8203; "É importante também não usar sites de busca para encontrar o endereço do banco e/ou prestador de serviço. Digite o endereço direto no navegador. Se não souber o endereço correto, pergunte ao banco ou ao prestador de serviço. Além disso, sempre confira os dados do boleto – impressos ou os que chegam a sua residência – com os que você já pagou nos meses anteriores", alerta.

O coordenador do NTIC reforça que nunca devem ser abertos e-mails suspeitos ou que não se saiba a procedência no computador utilizado pelo setor financeiro, além de não navegar em redes sociais abertas e em sites não seguros. "Também é importante não compartilhar esse computador com outras pessoas da empresa para outras atividades", orienta.

Toda e qualquer fraude deve ser comunicada aos órgãos responsáveis para que os criminosos possam ser identificados. "Mesmo que o boleto falso não tenha sido pago, é recomendável fazer a denúncia, a fim de conceder mais recursos para os investigadores. Quem sofreu o dano pode procurar o Procon, a Defensoria Pública ou escritório jurídico especializado e até mesmo o Banco Central do Brasil. Agora, se o boleto falso já foi pago, a recomendação é procurar primeiramente o gerente do banco e, em seguida, recorrer ao banco que recebeu o dinheiro", finaliza Mangold.

› FONTE: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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