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Artista Albertina Prates usa pele humana como expressão do sagrado em exposição no MASC

Publicado em 09/03/2017 Editoria: Cultura Comente!


Albertina Prates.Crédito Guilherme Ternes

Albertina Prates.Crédito Guilherme Ternes

Materiais como argila, carvão, pedras, metal, fotografias, entre outros, também são base das obras da exposição A PELE, que comemora o aniversário do Museu de Arte de Santa Catarina – MASC

A poesia da vida e a longevidade do planeta são os temas centrais de A PELE, exposição da artista Albertina Prates que marca a comemoração de 68 anos do MASC - Museu de Arte de Santa Catarina. A abertura será no dia 16 de março, às 19h.

Viver num momento no qual o cuidado com os ecossistemas passa a ocupar o topo da escala de valores contemporâneos provocou na artista, desde sempre, o desejo de levar suas reflexões ao público.

"A natureza, nosso quinhão de futuro, agora muito próximo e urgente nos coloca como co-criadores. É o tempo da responsabilidade com a consciência planetária nas frequências mais elevadas", pondera Albertina.

A PELE é a resposta. Os sete ambientes do Museu serão ocupados com obras de arte em torno do tema. Telas gigantes, instalações e intervenções feitas pela artista no espaço expositivo destacam o sagrado, apresentado como simulacro, de forma metafórica e também real. "É a PELE que circunda todo o ser vivo e o manto terrestre em que pisamos", pontua a artista.

O uso da pele humana (doada espontaneamente à artista por pessoas que foram submetidas a intervenções cirúrgicas eletivas) é um aspecto inovador na arte da catarinense, natural de Criciúma.

"A pele que me circunda, me delimita, me protege é um sensor físico com o externo como ponte de intercâmbio entre as realidades interior e exterior. Na exposição ela é mostrada como realmente é: sagrada, assim como é a terra, toda a flora e fauna que cobre nosso planeta", afirma Albertina Prates.

Exemplares de pele humana saudáveis, previamente preparados por laboratório, poderão ser apreciados micro e macroscopicamente. Parte de um cenário poético, o conjunto de pequenos pedaços do maior órgão do nosso corpo coloca o público frente a frente com lado mágico e inexplorado da pele humana.

As peças estarão expostas em mobiliário especialmente desenvolvido para o armazenamento e exibição.

Interferências artísticas

A exposição da artista Albertina Prates, também curadora de toda a exposição, conta com a participação de diversos artistas.

A instalação Floresta recebe a intervenção de artistas de diversos segmentos e tem curadoria especial de Flávia Fernandes, Maurício Muniz e Bebeto. O artista Marcoliva interfere na obra "Os Quatro Apocalípticos" e alunos da escola Dinâmica, na sala "Catarse".

A cineasta Mara Salla assina a montagem de uma série de curtas, de criação coletiva e direção de Maiko Prates, sobre os bastidores da exposição, com depoimentos da artista. Eles serão exibidos permanentemente em espaço de projeção. E ainda: a exposição será tema de aula do curso de montagem do Núcleo de Cinema da Unisul.

Outra valiosa contribuição para A PELE foi a do Dr. em Geologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Fernando Jacques Althoff, com informações sobre a estrutura geológica da Ilha de Santa Catarina. A exposição o inspirou levar para os alunos da universidade a relação entre geologia e arte, que resultou em curso de extensão sobre o assunto, que encerra em março deste ano.

Serviço

O quê: Exposição A PELE, de Albertina Prates

Quando: 16.3, 19h - abertura; até 16.4, 10h às 21h, de terça a domingo - visitação

Onde: MUSEU DE ARTE DE SANTA CATARINA - MASC. Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica, Florianópolis. Tel.: (48) 3664-2629

Quanto: GRATUITO

› FONTE: Letícia Kapper da Silva/Cultura Multimidia

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