A primeira ação ocorreu no viaduto da Josué di Bernardi, na região de Campinas
A Prefeitura de São José realizou, na manhã desta terça-feira, uma ação para abordar usuários de crack. A ação ocorreu na região localizada embaixo do viaduto que cruza a Avenida Josué di Bernardi pela BR 282, em São José, na divisa com Florianópolis. Durante a abordagem, foi possível localizar um buraco embaixo do viaduto, onde os usuários de crack conseguem entrar e se esconder.
A ação foi realizada em conjunto pelas secretarias de Segurança, Assistência Social, Saúde e Infraestrutura. A secretária municipal de Segurança, Defesa Social e Trânsito, Andréa Pacheco, explica que a operação integra as ações do programa “Crack, é possível vencer”, realizado em parceria com o Governo Federal. O Município aderiu ao programa em julho e só deve receber os equipamentos, como uma base móvel em 2014, mas já iniciou os trabalhos. “Esta primeira etapa deve durar cerca de 30 dias e nossa intenção é realizar duas ações por semana”, diz Andréa.
A operação conjunta iniciou-se com a abordagem dos assistentes sociais, acompanhado por um psiquiatra. A Guarda Municipal também participou, garantindo a segurança, enquanto que e a equipe da Infraestrutura realizou a limpeza do local, com a remoção de entulhos.
Segundo a secretária adjunta de Assistência Social, Luciana Pereira da Silva, há muita resistência das pessoas que estão em situação de rua, pois elas geralmente não aceitam a intervenção e quando aceitam, alguns acabam voltando para as ruas. “A droga muitas vezes fala mais alto, mais do que a vontade de se recuperar”, diz a secretária.
Os usuários que aceitam a intervenção são encaminhados para o Centro POP (Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua), onde recebem refeições, tomam banho, fazem a triagem e depois são encaminhados para instituições conveniadas da Grande Florianópolis para fazer o tratamento.
Desde janeiro, mais de 490 pessoas já aceitaram intervenção, sendo encaminhadas para tratamento, para a cidade natal ou conseguiram emprego. A estimativa é que ainda existam cerca de 100 pessoas em situação de rua em São José. “O objetivo do projeto é ofertar serviço para dar apoio psicológico e social para as pessoas seguirem com seus projetos de vida”, destaca Luciana.
O psiquiatra João Carlos de Mello Saraiva também esteve no local acompanhando o serviço das assistentes sociais e avaliando a situação clínica e mental das pessoas abordadas. Ele conta que os dependentes químicos acham que podem controlar a droga, mas na verdade são controlados por ela. Segundo Saraiva, geralmente estas pessoas têm grandes problemas, seja na família ou psicológico, e buscam na droga um refúgio para a dor, uma maneira de aliviar o que está sentindo. “A droga é um problema sério de saúde pública”, resume o psiquiatra.
› FONTE: Prefeitura de São José