Cerca de 80 atletas de comunidades carentes participam da cerimônia de entrega dos certificados nesta quarta-feira
Cerca de 80 crianças e adolescentes se formam nesta quarta-feira (30) no projeto Boxe na Escola que tem o apoio da Guarda Municipal de Florianópolis e atende adolescentes de comunidades carentes da Grande Florianópolis.
O aprendizado vai além das técnicas de defesa pessoal, respeito às regras e disciplina: meninos e meninas aprendem a ver um mundo de novas oportunidades, por meio do esporte. A formatura ocorre na Base da GMF e contará com a presença de autoridades e familiares.
O projeto Boxe na Escola surgiu em 2010 pela persistência do professor e guarda municipal Deniz Malagueta que improvisou um espaço na garagem de casa, na localidade de Tijuquinhas, em Biguaçu. Logo ganhou apoio do setor de Educação da Guarda Municipal e o projeto começou a ser divulgado.
De escola em escola, novos alunos foram chegando. Atualmente, por ano, cerca de 150 adolescentes passam pelo projeto que já deu bons frutos. Neste ano, os atletas Gustavo Ventura e Adrian Pedro disputaram entre 40 atletas do Estado, as finais do Cinturão de Ouro, em Balneário Camboriú. Adrian foi o campeão e levou o título para casa.
"Minha satisfação é ver os resultados como a melhora nos estudos e a participação de alguns deles em competições. É um trabalho de formiguinha, construído ao longo dos anos. Hoje, alguns de meus alunos já me ajudam nas aulas", observa Malagueta.
Este ano três escolas são atendidas pelo projeto: E.B.M. Carvalhal, no bairro de Coqueiros, E.B.M. Adotiva Liberato Bitencourt, na Costeira, e Escola Básica Municipal Padre João Alfredo Rohr, no Córrego Grande. As aulas serão realizadas duas vezes por semana, aberto aos jovens de 8 a 16 anos, de ambos os sexos.
"Quando estou no ringue me solto"
As meninas também são presença assídua nas aulas e cerca de 40 delas se formam nesta quarta-feira. Uma delas é Raíssa Cristina Marcelino, 11 anos: uma menina tímida e apaixonada por esportes. Há três meses resolveu participar do projeto.
Por meio do esporte aprendeu novas formas de encarar os desafios a adversidades da vida. Raíssa, aluna da escola estadual Santo Antônio, em Biguaçu, diz que a prática do esporte tem lhe ajudado na melhora da condição física e também no comportamento.
"Geralmente sou quieta, não falo com ninguém, mas quando estou no ringue eu me solto", admite.
Inclusão
O projeto também trabalha a inclusão atendendo crianças com necessidades especiais. Entre os formandos deste ano, os atletas Gislaine Helena da Silva Santos, 9 anos, portadora de Síndrome de Down e Antônio Gabriel Morro, 14 anos, que tem restrição de todos os movimentos do lado esquerdo do corpo, são exemplos de força e superação entre os colegas.
"No boxe ele descobriu que pode melhorar os movimentos do lado esquerdo do corpo, coisa que até as terapeutas tinham dificuldade de conseguir. Muito é pelo esforço e dedicação do professor Deniz que desenvolveu e adaptou as aulas para ele", conta a mãe do jovem, Lisiane Rvatki Morro.
› FONTE: Assessora de Imprensa Secretaria de Segurança / Defesa Civil / Guarda Municipal