Nesta terça-feira (4) é celebrado em Santa Catarina, pela primeira vez, o Dia Estadual dos Protetores de Animais. A iniciativa de homenagear os protetores no dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais, partiu da deputada Dirce Heiderscheit (PMDB) e tornou-se lei no dia 8 de agosto deste ano (Lei 16.689).
“Queríamos homenagear os protetores de animais que dedicam tempo e comprometem grande parte de sua renda com as mais variadas despesas, sem se importar com quaisquer recompensas, para lutar contra maus-tratos, abandono e, sobretudo, para munir a sociedade com informação e educação em relação ao tema em pauta”, justificou a deputada sobre a criação da lei.
Roseane Mangrich e Karina Rosa Braga são duas dessas protetoras que vão além de suas possibilidades financeiras para salvar animais e encontrar para eles novos lares. Elas atuam em parceria com a ONG Superviralata, que mantém um sítio em Potecas, São José, onde estão abrigados atualmente 78 cães. “O sítio não é um espaço para acumular cachorros. Nós não somos acumuladores. Nós resgatamos o cachorro, tratamos, vacinamos, castramos e depois trabalhamos a adoção dele”, explicou Roseane.
A dupla cuida ainda de outros 38 cães, que estão sob a guarda de Karina (dos quais 16 em hospedagem paga) e 12 sob responsabilidade de Roseane. Muitos dos cachorros resgatados não podem ser doados, por serem velhos ou possuírem limitações, como é o caso de Dengo e Dengosa, dois cachorros paraplégicos que as protetoras resgataram.
As protetoras demonstram contentamento com a criação do dia oficial em sua homenagem. “Fico feliz com o reconhecimento do trabalho dos protetores. Nosso trabalho é totalmente dedicado, não recebemos nada por isso. Ser reconhecido nos dá força para continuar”, disse Roseane. Na definição dela, “ser protetora é ter amor, respeito e zelo pelo outro, tanto pelo ser humano quanto pelos animais”. E destaca que cachorros e gatos não nascem abandonados. Eles um dia foram jogados fora.
O custo do tratamento veterinário e a falta de apoio do poder público são empecilhos diários à atuação das protetoras, que conseguem verdadeiras proezas fazendo campanhas pelas redes sociais e participando de feiras de adoção.
A estudante Catherine Ramos Savi, 20 anos, também é protetora e lamenta a falta de apoio governamental, que limita a capacidade de atuação. Ela é voluntária na ONG Organização Bem Animal (OBA) e mantém por sua conta sete cachorros. Disse que cuida dos animais desde criança e o que a levou a tornar-se uma protetora foi o sentimento de ser útil ao planeta, desenvolver algo que vai ajudar concretamente. Na opinião dela, a criação da lei vai trazer mais reconhecimento a esse trabalho. “É muito importante se sentir valorizado por tudo que a gente faz pelos animais.”
› FONTE: Agência AL