Conhecido pelas celebrações em torno da independência do país, pelo início da primavera, e até mesmo como período de mobilização para a prevenção do suicídio, setembro é também, oficialmente, o mês dedicado à promoção das causas socioambientais em Santa Catarina.
Ainda em 2015, foi sancionada pelo governador Raimundo Colombo a Lei 16.645, que incorpora ao calendário oficial de eventos do Estado a campanha denominada “Setembro Verde”, voltada à ampliação da consciência sobre a necessidade de preservação, conservação e uso adequado dos produtos e riquezas naturais.
Um dos principais objetivos da campanha, afirma seu autor, deputado Neodi Saretta (PT), é levar a população a refletir sobre seus hábitos de consumo e o reflexo disto para a natureza. “O debate sobre a sustentabilidade do planeta é recorrente e está em destaque em todos os setores da sociedade, o que torna todos os cidadãos responsáveis por suas ações e omissões que, de alguma forma, venham a impactar o meio ambiente." Para o parlamentar, é ainda fundamental que as questões ambientais estejam incorporadas no próprio dia a dia de cada cidadão, como uma prática permanente da cidadania.
Conhecer para preservar
Neste sentido, algumas iniciativas vêm ganhando destaque em Santa Catarina, como é o caso do Centro Municipal de Educação Ambiental Escola do Mar, de São José, cuja proposta é despertar nos jovens uma melhor compreensão sobre a inter-relação existente entre as pessoas e o meio ambiente, por meio do contato direto com o ecossistema litorâneo.
O projeto é desenvolvido desde 2005 entre os estudantes do Ensino Fundamental do município e engloba diversas ações voltadas à sustentabilidade, como reciclagem de materiais descartados, cultivo de alimentos orgânicos e economia de água, sempre com aulas expositivas e práticas. “Esses projetos foram idealizados justamente para permitir um maior envolvimento dos estudantes com estas questões, possibilitando, assim, tornarem-se, no futuro, cidadãos mais críticos e conscientes e para que também propaguem esses conhecimentos nas comunidades em que vivem”, disse o diretor da unidade, Marcelo Cipriani.
Entre os maiores atrativos do projeto, entretanto, estão as aulas realizadas no barco-escola, sempre acompanhadas por professores de diversas áreas e que possibilita aos alunos verificar in loco o que foi aprendido na teoria. “Essas saídas a campo representam uma grande diferença para o aprendizado dos estudantes. Em uma única viagem, conseguimos trabalhar aspectos históricos, ambientais e sociais, destacando como a transformação que o ser humano promove na natureza afeta a vida deles, sobretudo no que diz respeito ao mar. Muitos destes jovens, apesar de viverem em uma região litorânea, ainda não tinham esta noção”, destacou o geógrafo e professor, Carlos Henrique Burque.
Na manhã desta segunda-feira (26), as aulas envolveram os alunos do 9º ano do Centro Educacional Municipal Santa Terezinha, que na ocasião puderam observar de perto como funciona uma fazenda de cultivo de moluscos e visitar a Fortaleza de Santo Antônio, localizada na ilha Ratones Grande, em Florianópolis.
Ao final da viagem, os alunos mostraram-se impressionados com a experiência. “Para mim foi algo maravilhoso, que me fez ver de outra forma aquilo que só tinha observado nos livros”, disse Ana Carolina Meirelles, de 17 anos. “Foi uma aula muito diferente, tudo muito bonito. Lá onde moro não temos nada disso”, acrescentou Jean Giovane Silva Correia, de 16 anos.
› FONTE: Agência AL