O ciclo recessivo que afeta a economia brasileira desde o segundo trimestre de 2014 parece estar chegando ao fim. É o que indica a seção Atividade Econômica da Carta de Conjuntura do Ipea, lançada nesta sexta-feira (23), às 9h, disponível também no Blog da Carta de Conjuntura .
"A recuperação deverá ser gradual e se relaciona à dinâmica do mercado de trabalho", avalia Leonardo Melo de Carvalho, que assina a pesquisa. Ele está disponível para entrevistas solicitadas pelo e-mail [email protected], por telefone, ou presencialmente, no Rio de Janeiro.
A partir dos dados de um amplo conjunto de indicadores de diferentes fontes, o trabalho faz uma análise completa sobre o nível de atividade econômica e avalia um possível início de recuperação da economia brasileira.
O avanço de 0,3% do setor industrial no segundo trimestre, segundo dados da Contas Nacionais do IBGE, interrompeu uma sequência de cinco quedas consecutivas e reflete a melhora no cenário da indústria ao longo de 2016. O bom desempenho da produção ao longo dos sete primeiros meses deste ano, a evolução do ajuste de estoques e um modesto processo de substituição de importações têm provocado uma melhora.
O estudo traz indicadores que mostram os investimentos com cenário mais otimista, o que torna provável que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que representa a soma dos investimentos públicos e privados no país, volte a ser um fator de liderança no crescimento da atividade econômica. Afinal, embora a queda de 3,8% do PIB ante o segundo trimestre de 2015 tenha sido a nona consecutiva, representou sensível melhora. Segundo o documento, a recuperação vai se ampliar se melhorarem os níveis de confiança, sendo que o das famílias, nos oitos primeiros meses do ano, acumulou um ganho de 22,2%.
A queda da atividade do setor de serviços e do consumo está se desacelerando gradualmente. Já o consumo do governo se mantém como o componente da absorção doméstica que menos acumulou perdas ao longo da recessão, com queda de 2,2% no período.
Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais - possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro - e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
› FONTE: Assessoria de Comunicação Ipea