Aperfeiçoar a qualidade, aumentar a produção e promover a competitividade da cadeia produtiva do leite são as prioridades da estruturação da Rota da Integração do Leite no Estado - iniciativa amplamente discutida nessa semana, em Pinhalzinho, oeste catarinense. Organizado pelo Núcleo Estadual da Faixa de Fronteira de SC, o encontro reuniu representantes do Governo do Estado, do Ministério da Integração Nacional, do Sebrae/SC, das Secretarias do Estado do Planejamento e da Agricultura e Pesca, da ADR de Maravilha, da Udesc, do Conseleite, Sindileite e outros representantes do setor lácteo catarinense, nessa segunda-feira (29), na sede da Acip, em Pinhalzinho.
Na abertura, coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, o prefeito Fabiano da Luz, o presidente da Acip Alessandro Beltrame e o presidente do Sindileite Valter Brandalise destacaram a importância da ação para a excelência na cadeia produtiva do leite no Estado. O diretor de Desenvolvimento Regional e das Cidades da Secretaria de Estado de Planejamento, Norton Boppré lembrou que, em 2012, o Governo de SC com a participação da sociedade e de entidades representativas de todos os setores da sociedade civil no oeste e extremo oeste, desenvolveu o Plano de Desenvolvimento e Integração Fronteiriço (PDIF), destacando projetos específicos que tem a ver com o objetivo da reunião sobre a integração da rota do leite.
Boppré mencionou ainda, que em maio de 2015, participou de uma reunião macrorregional com representantes dos Governos e entidades representativas dos três Estados do Sul. "Lá, juntos definimos que a cadeia produtiva do leite seria o que deveríamos trabalhar em SC. Alguns estudos e análises foram realizados, mas o Ministério precisa colher outros subsídios para definir a estruturação, os municípios polos, as regiões produtoras e por isso, esse encontro é de fundamental importância", disse.
A programação seguiu com explanação do coordenador da Rota do Leite na macrorregião sul, Joaquim Carneiro Filho, que abordou o Programa Rotas da Integração Nacional e a estruturação da cadeia produtiva do leite no oeste de SC. Explicou que Rotas de integração Nacional são redes de Arranjos Produtivos Locais que, setorialmente e territorialmente interligados, promovem a estruturação das cadeias produtivas selecionadas, mediante o aproveitamento das sinergias coletivas e a ação convergente das agências de fomento. Para a definição dos setores que seriam promissores, o Ministério contratou um estudo que escolheu o leite, confecção e TI.
"Santa Catarina nos surpreendeu com a produção de 75% do leite concentrada no oeste, área elencada pelo Ministério na faixa de fronteira. Portanto, estamos discutindo uma pauta para levar para a câmara setorial do leite, onde será definido o polo de produção. Temos como proposta a faixa de fronteira, o Planalto Norte e Rio do Sul. Nosso objetivo é, após a definição dos territórios, definir uma governança para seguir a carteira de projetos", completou Carneiro Filho.
O coordenador da Rota do Leite na macrorregião sul destacou, ainda, que os representantes das indústrias, empresários e produtores estão animados com a iniciativa. "Temos projeto em desenvolvimento, alguns trabalhos já foram realizados, como por exemplo, a parte de licitação para a construção de um núcleo contemplando dois laboratórios. Também foram abordados aspectos referentes à estruturação da cadeia produtiva do leite com foco para a infraestrutura, capital social e financiamento", enfatizou.
O vice-presidente do Conseleite/SC e vice-presidente regional da Faesc, Adelar Zimmer, abordou a governança da cadeia produtiva do leite no Estado de Santa Catarina, destacando como são formados os preços do leite, classificados em padrão, preço maior e menor. No mês de agosto, por exemplo, os preços ficaram em R$ 1,65 (maior), em RS 1,43 (padrão) e em R$ 1,30 (menor).
Apresentou um panorama do setor no Estado, lembrando que Santa Catarina é o quinto produtor nacional, avançando para o quarto lugar. O Brasil, segundo dados de 2014, produz mais de 34,5 bilhões de litros. O Sul participa com 11,7 bilhões de litros, o que é praticamente um terço do que é produzido em todo o Brasil. E SC com 2,9 bilhões/litros, concentra mais de 70% no oeste. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia.
Zimmer realçou ainda que, para o Estado, o Conseleite foi de fundamental importância para a integração entre indústria e produtor. Outras ações importantes foram o fato de a indústria trazer técnicos para auxiliar na qualidade do leite, bem como o Senar e a Faesc que, por meio de cursos de capacitação, foram a alavanca para melhorar as pastagens, a genética, a quantidade e a qualidade do leite.
Para finalizar, o presidente do Conseleite valorizou a iniciativa de integrar a Rota do Leite, destacando que será fundamental obter qualidade e quantidade, tornando o Estado referência no segmento.
O evento seguiu com explanação do gerente regional da Epagri, Jonas Marcelo Ramon, que abordou os "Aspectos da cadeia produtiva do leite na região oeste de SC". Apresentou um panorama do setor no país, mencionando que existem 5.200.000 estabelecimentos rurais e, destes, 1.350.000 produzem leite (25%). São 35 bilhões de litros produzidos e o consumo é de 170 litros/habitante/ano. Falou que os desafios para a competitividade da pecuária do leite incluem a produção de leite de alta qualidade com baixo custo, produção em pequenas propriedades rurais a base de pasto, cadeias produtivas bem organizadas e eficientes com respeito ao meio ambiente e ao bem-estar animal. Abordou ainda, a importância social, a sustentabilidade e outros aspectos essenciais para obter a competitividade.
A reunião também contou com abordagem do reitor da Udesc, Marcus Tomasi, sobre o Programa de Inclusão Produtiva/Programa Rotas (PNDR), convênio entre as esferas estadual e federal coordenado pelo NFSC, Secretaria de Estado e de Planejamento e diretoria de Desenvolvimento Regional e das Cidades com apoio do Sebrae/SC, SAR/SC, Epagri e Cidasc. O acordo visa a construção da estrutura física do Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite (NT&C) no campus da Udesc Pinhalzinho, bem como aquisição de equipamentos destinados à indústria de lácteos em escala piloto, ao Laboratório da Qualidade do Leite e ao Laboratório de Pesquisa e Extensão do Leite.
Em seguida, a coordenadora do Núcleo Estadual de APLs, professora da Udesc Marzely Gorges Farias, abordou a "Caracterização do APL da bacia leiteira na região da faixa de fronteira de SC" e o coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, e o gerente de política leiteira da Cooperativa Central Aurora Alimentos, Selvino Giesel, apresentaram as ações e resultados do Encadeamento Produtivo Aurora/ Sebrae/Leite.
› FONTE: MB Comunicação Empresarial/Organizacional