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Aluno de Arquitetura e Urbanismo concorre a prêmio internacional

Publicado em 19/08/2016 Editoria: Geral Comente!


Sistema de contenção de cheias é apresentado como solução ao problema presente nas cidades às margens do Rio Itajaí–Açu

&8203;Balneário Camboriú - As cheias afetam cidades catarinenses, principalmente as situadas às margens do rio. O problema, apesar não ter data para ocorrer e acabar, repete-se com frequência e afeta, cada vez mais, a vida das pessoas. Foi a partir da proposta de relacionar infraestrutura, arquitetura e as realidades naturais e urbanas, que o acadêmico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Felipe Braibante Kaspary, do curso de Arquitetura e Urbanismo, desenvolveu o projeto de um sistema de contenção de cheias para o município de Rio do Sul (SC). A solução concorre ao prêmio Archiprix Internacional 2017, na Índia.

O aluno conta que sempre teve interesse em pesquisar soluções que melhoram a qualidade de vida das pessoas e as relações urbanas com o meio natural. "Percebi que esta questão de interatividade das cidades com o rio sempre esteve presente, porém ela ainda é pouco discutida. Foi daí que veio a motivação para propor um sistema de contenção de cheias em meio ao espaço público", explica.

A solução para as enchentes proposta é fundamentada em bolsões de retenção. Para potencializar estes bolsões e torná-los mais viáveis economicamente foram aplicados diversos usos e modelos arquitetônicos no projeto, residenciais, educacionais, ambientais, esportivos e culturais. Como princípio de viabilidade econômica e estrutural teve-se uma modulação das edificações, com estruturas em blocos e verticalização.

De acordo com o acadêmico, o sistema funciona como uma válvula de escape para a água em excesso que inunda o município. Ao invés do volume provocar as cheias, é armazenado nos bolsões de retenção, que tem captação de água na altura do nível normal do rio.

O projeto desenvolvido por Kaspary engloba ainda um sistema de mobilidade alternativo, por terra e pelo próprio rio, que se liga com elementos do projeto, como estradas e caminhos para pedestres. A estrutura foi pensada para reordenar a cidade. "O sistema de bolsões poderia se tornar ponto turístico e referência de infraestrutura urbana, além de aumentar a relação do ser humano com o contexto da paisagem ali existente, hoje, pouco valorizado", afirma o estudante.

A viabilidade do projeto

O sistema é inovador, ousado e, de acordo com o acadêmico, possível de ser aplicado. No entanto, ele alerta que se trata de um pré-projeto que só terá real viabilidade se houver vontade política e engajamento da sociedade civil. "Iniciamos um processo de discussão da cidade e de como devemos intervir sobre ela. Acredito que é deste modo que se faz transformação urbana, com propostas que congreguem diferentes pontos de vista", opina o futuro arquiteto.

O tema foi amplamente discutido e avaliado no meio acadêmico e o projeto desenvolveu-se como Trabalho Final de Graduação (TFG) do aluno, sob orientação da professora Lisete Teresinha Assen de Oliveira.

O método pode solucionar as cheias de qualquer município, de acordo com Kaspery. "O projeto adapta-se facilmente às áreas vazias e de menor cota, ou seja, facilmente alagáveis. É totalmente possível aplicá-lo a outro município", defende.

Melhores projetos de graduação do mundo

O Archiprix Internacional convida, a cada dois anos, universidades de todo o mundo a apresentarem o seu melhor projeto de graduação em Arquitetura, Urbanismo e Arquitetura Paisagista. Um júri internacional avaliará todos os projetos e selecionará os melhores para o prêmio Hunter Douglas.  O evento reunirá uma coleção de brilhantes ideias para o futuro, os projetos serão apresentados em uma exposição, no site e em um livro. Os selecionados serão convidados a participar das oficinas que serão realizadas em fevereiro de 2017, na Universidade CEPT, em Ahmedabad, na Índia.

Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no site http://www.archiprix.org/2017/.

› FONTE: Coordenadoria de Marketing e Comunicação

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