Estágios estão moldando o novo colaborador procurado pelas companhias que buscam elevar a eficiência e a produtividade
Florianópolis, 17.8.2016 – Com 28 anos, Guilherme Katsumi Ito está concluindo a graduação em engenharia da produção na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O jovem trabalha na Portobello, empresa do setor cerâmico localizada em Tijucas, e encontrou no estágio uma forma de desenvolver habilidades que extrapolam a formação técnica. Lá, ele é desafiado a trabalhar em equipe, ser criativo e inovar em todos os processos. Este é o perfil do profissional procurado pelas empresas, que investem em programas de estágio para atrair, reter e lapidar seus colaboradores. O dia do estagiário, celebrado nesta quinta-feira (18 de agosto), suscita o debate sobre a qualidade dos programas de estágio e da formação do jovem.
Guilherme considera que o estágio tem contribuído de forma decisiva para a sua carreira. “Eu queria estagiar numa empresa de grande porte porque eu já tive experiência em outras empresas de pequeno porte e eu queria vivenciar o que é a cultura de uma empresa de grande porte. A Portobello oferece o suporte em todos os sentidos e nos desafia a aplicar os nossos conhecimentos nos processos nos quais trabalhamos. Acho que isso é essencial”, conta o jovem que atua na área de sistemas de gestão da Portobello.
O estudante também reconhece a importância de se desenvolver as competências socioemocionais. “Recentemente, entreguei o meu projeto aqui na empresa e um dos destaques na avaliação foi o trabalho em equipe. É uma empresa grande e são muitas pessoas trabalhando juntas. É assim que começa o trabalho em equipe e são coisas que você só aprende na prática”, afirma.
É assim que pensa também a analista de recursos humanos, Isabel Bobato, que ingressou na empresa como estagiária e hoje lidera o processo de admissão de novos estagiários. “Ser a pessoa responsável por um programa do qual eu fiz parte, é desafiador e gratificante ao mesmo tempo, pois tenho que realizar todo o processo desde o recrutamento e seleção, até a integração e acompanhamento dos novos estagiários. Posso dizer com certeza, que o desenvolvimento neste papel é constante”, avalia.
Para Isabel, a experiência como estagiária foi transformadora. “Eu tive o privilégio de trabalhar em uma empresa de grande porte no setor de Recursos Humanos, com grandes profissionais que tiveram paciência para orientar meu desenvolvimento. Na universidade aprendemos a parte técnica da profissão, mas muitas vezes, os estudantes não estão preparados para os desafios do cotidiano de uma organização”, afirma a analista.
O desenvolvimento dessas habilidades é o maior desafio do novo profissional que busca as melhores oportunidades no mercado de trabalho, segundo o gerente executivo do IEL/SC Natalino Uggioni. "É cada vez mais apontado pelas empresas que os candidatos a estágio tenham um mínimo de noção do mundo do trabalho, bem como, habilidades socioemocionais um pouco mais desenvolvidas. Além disso, buscam candidatos que apresentam noções de ética e capacidade de liderança, que demonstrem bom relacionamento pessoal e desenvoltura para trabalhar em equipe", descreve.
Uggioni lembra que o estágio é uma boa forma de ingressar nesse universo e adquirir qualificação na área de formação. "O estágio é uma das formas mais eficientes, eficaz e efetiva de as empresas selecionarem e prepararem os seus futuros profissionais. É o período em que ela tem a possibilidade de aculturar aqueles que farão parte da sua força de trabalho no futuro breve. Quanto mais as empresas entenderem essa relevância, tanto melhor será o aproveitamento do período de estágio", ressalta.
› FONTE: Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina