Profissionais devem aproveitar as oportunidades nas empresas que ainda oferecem convênios com instituições de ensino
Em períodos de recessão, muitas empresas redefinem planos e cortam custos. Neste momento, o RH, que responde por grande parte dos gastos de uma empresa, é o primeiro departamento que sofre com os cortes. De acordo com o coordenador dos cursos de Pós-Graduação da Universidade Positivo (UP), Leandro Henrique de Souza, em 2016, o perfil das salas de aula mudou. Se antes a maioria dos alunos vinham incentivados por empresas que procuravam qualificar os colabores, agora são os próprios profissionais que, empregados ou não, sentiram a necessidade de começar a buscar por conta própria qualificação e novas competências, além de começarem a pensar em novas possibilidades na carreira.
A questão é que o investimento na qualificação dos profissionais não deve fazer parte dos cortes das empresas. Segundo o professor de Contabilidade da UP, Marco Pitta, é preciso saber separar as despesas dos investimentos e cortar apenas o que é despesa. Nesse cenário, manter programas de desenvolvimento de pessoas pode fazer toda a diferença, especialmente em corporações que buscam inovação e soluções para explorar novas oportunidades. "Colaboradores qualificados promovem melhorias em processos e modelos de gestão que podem impactar positivamente os resultados”, afirma o professor. Pensando nisso, a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina (Fepasc) assinou um convênio com a UP para conceder descontos na capacitação dos colaboradores das empresas filiadas. Para o diretor da Fepasc, Roberto Teixeira, uma cultura de qualificação e estudo beneficia o segmento como um todo. “Além de ter profissionais mais capacitados, vamos conseguir proporcionar uma rede de estudos englobando os filhos e cônjuges dos colaboradores das empresas, beneficiando, assim, a sociedade como um todo”.
Para o coordenador de Pós-Graduação da UP, são várias as possibilidades de retorno que uma empresa pode ter ao investir na capacitação de um funcionário. “Podemos considerar uma maior produtividade do colaborador, atualização e conhecimento de mercado e, principalmente, ideias novas. O banco universitário tem uma magia sobre muitas pessoas, pois a troca de experiências em sala de aula e possibilidades de ampliar perspectivas estimulam os alunos", complementa.
Apesar de o investimento das empresas ter diminuído em 2016, nos próximos dois anos deve voltar ao patamar de 2015. “As organizações percebem que é justamente em momentos de crise que precisam ampliar os conhecimentos, criatividade e inovações como caminho para a recuperação econômica, então, não faz sentido diminuir os investimentos em educação e treinamento”, ressalta o coordenador. Para o diretor da Fepasc, investir em ensino e capacitação é uma forma de aumentar o capital intelectual e criativo do negócio. “Esse investimento deve ser constante”, diz ele. “Assim, o tempo de resposta a uma situação de crise e de mudança torna-se mais rápido e menos conturbado”, finaliza.
› FONTE: Central Press