Desde o início do ano, a gripe já provocou a internação hospitalar de 647 pessoas. De todos esses casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza, em 634 deles a causa foi o vírus Influenza A (H1N1), ou seja, 98% dos casos
Os dados estão no Informe Epidemiológico N° 18/2016, divulgado nesta sexta-feira, 15, pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde. Conforme o documento, com informações até 12 de julho, outros cinco casos de Influenza A aguardam subtipagem; e outros oito foram confirmados pelo vírus Influenza B.
As mortes por gripe chegaram a 82, sendo 80 pelo vírus Influenza A (H1N1) e duas pelo Influenza B. Em relação ao boletim anterior, divulgado no último dia 7 de julho, foram notificados 31 novos casos de SRAG em todo o estado e sete óbitos, sendo dois no município de Chapecó, um em Camboriú, um em Ponte Serrada, um em Joinville, um em Mafra e um em São José.
Nesta semana, entre os dias 11 e 13, a equipe técnica da Vigilância Epidemiológica realizou encontros com as secretarias municipais de Saúde de Araranguá, Criciúma, Tubarão, Lages, Jaraguá do Sul, Guaramirim e Blumenau, municípios que notificaram o maior número de casos graves e mortes por Influenza em Santa Catarina. O objetivo das reuniões foi alertar os profissionais da Vigilância Epidemiológica, da Atenção Básica, das Unidades de Pronto Atendimento e dos hospitais de referência sobre a importância do início imediato do tratamento dos pacientes que apresentarem os sintomas de gripe, que são febre alta, calafrios, tosse, dor de cabeça, dor de garganta, cansaço, dor muscular e coriza, conforme previsto no protocolo do Ministério da Saúde.
“Alertamos os profissionais de saúde sobre a tendência de aumento da circulação do vírus nas próximas semanas, o que poderá ocasionar um crescimento na ocorrência de casos graves e hospitalizações por gripe. Com isso, intensificamos a informação que o tratamento deve ser iniciado nas primeiras 48 horas do surgimento dos sintomas”, salienta Eduardo Marques Macário, diretor da Vigilância Epidemiológica. Um arsenal terapêutico para o tratamento da gripe está disponível na rede pública de saúde, incluindo antiviral oseltamivir (Tamiflu), que tem maior eficácia quando administrado nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. Neste ano, já foram distribuídas 751.076 cápsulas do medicamento e 279.960 ainda estão disponíveis no estado, além de ainda haver em estoque no Ministério da Saúde.
Os dados do informe indicam que vem ocorrendo um comportamento atípico do vírus Influenza em 2016, com aumento do número de casos já nos meses de março e abril. Nos anos anteriores, a maior circulação do vírus acontecia entre maio e agosto.
Demora no tratamento
As análises apontam que os mesmos fatores que levaram a ocorrência de casos graves e mortes por gripe em 2012 continuam persistindo neste ano: demora do paciente em procurar a unidade de saúde quando se iniciam os sintomas de gripe, o número de vezes que o paciente procurou o serviço de saúde até sair com o tratamento adequado, a não prescrição do antiviral oseltamivir (Tamiflu) em tempo oportuno, e apresentar fatores de risco para agravamento, como doenças crônicas, obesidade e idade maior que 60 anos.
De acordo com Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização da Vigilância Epidemiológica estadual, a equipe técnica está também reforçando o alerta para todas as unidades de saúde frente à conduta adequada a casos de gripe. “A população precisa se proteger com atitudes de prevenção, como a etiqueta da tosse e a lavagem das mãos. Lembrando que, mediante a qualquer sintoma de gripe, a pessoa deve procurar um serviço de saúde imediatamente”, afirma.
Prevenção
A campanha de vacinação contra a gripe em Santa Catarina atingiu uma cobertura de 98% em todos os grupos prioritários, sendo esta uma estratégia eficaz na redução da doença grave entre a população mais vulnerável. Além da vacinação, outras formas eficazes de prevenção para a gripe são lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia e adotar a chamada etiqueta da tosse. Isso porque as mãos são um importante veículo de transmissão do vírus da gripe, como o Influenza.
A partir do contato com um doente ou com uma superfície contaminada, o vírus pode penetrar pelas vias respiratórias, se a pessoa levar a mão ao rosto, causando doença grave se não tratada a tempo. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa a partir das secreções respiratórias, principalmente por meio da tosse ou do espirro. Ele pode, também, sobreviver por horas no ambiente, especialmente em superfícies tocadas frequentemente por várias pessoas, como corrimão, interruptores de luz, maçanetas, carrinhos de supermercado, entre outros.
› FONTE: Governo do Estado de SC