Selecionada em 2014 para participar do projeto Exporta SC, a Casa da Cuca, localizada em Iporã do Oeste (SC), no extremo oeste catarinense, está em processo de internacionalização
O proprietários Gilberto e Graziella Schneider viajaram nos meses de abril e outubro de 2015 para conhecer o mercado dos EUA e, a partir deste mês, iniciará a comercialização para duas distribuidoras americanas, uma localizada na Flórida e outra na Califórnia.
Gilberto é um dos diferenciais entre as empresas que participam do projeto Exporta SC, realizado pelo Sebrae/SC, com o objetivo de preparar micro e pequenas empresas catarinenses para competir no mercado norte-americano. Na contra mão de outros empreendimentos, ele abriu uma empresa nos USA em abril de 2015. O empreendimento é denominado "Schneider", sobrenome de Gilberto.
O empresário trabalhará com três produtos: amendoim crocante, ventilhas de queijo e natural (biscoitos de polvilho). Inicialmente serão enviados dois paletes de cada mercadoria, mas a expectativa é aumentar em seis meses para um contêiner por mês. "Estamos satisfeitos com essa experiência, pois nossos produtos estão sendo elogiados e isso serve como um estímulo. Acreditamos que conseguiremos ter um acréscimo de 12% no volume de vendas", ressalta.
Diante do atual cenário econômico brasileiro, a oportunidade surgiu como um alívio para o gestor. A empresa, que tem abrangência de vendas nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso, sofreu queda na comercialização. "As vendas internas caíram neste ano, o que nos deixou preocupados. A internacionalização serve como um fôlego para os negócios", complementou.
No final do mês de agosto o empresário embarcará novamente para os Estados Unidos onde estreitará a relação com as distribuidoras. "Eles acreditam que a nossa meta de venda será superada, mas se conseguirmos comercializar dentro de nossas expectativas já está ótimo", conclui Gilberto.
De acordo com o coordenador regional extremo oeste do Sebrae/SC, Udo Martin Trennepohl, essa situação é inédita para a região, porque de modo geral, as empresas exportam os produtos e não abrem uma empresa em solo americano. "Isso, além de demonstrar o potencial empreendedor do Gilberto, reforça a importância da consultoria oferecida pelo Sebrae/SC por meio do projeto", salientou. Udo reforçou que a situação de Schneider serve de exemplo para outros empresários para que compreendam que o processo de internacionalização é mais demorado, porém, oferece retornos melhores.
EXPORTA SC
Após período de seleção do projeto realizado em 2014 com critério de análise das demandas do mercado norte-americano e características da empresa candidata, bem como seus produtos e serviços, 50 empresas foram selecionadas pelo programa em janeiro de 2015 e, por meio de um sistema de incubadora de negócios, começaram a se preparar para estabelecer uma sede em Fort Lauderdale, na Flórida.
As empresas vêm recebendo todo o suporte do Sebrae/SC, incluindo treinamentos, assistência jurídica, administrativa, fiscal, logística e de marketing, além da análise e adaptação do modelo de negócio para o mercado americano. "No ano passado, foram trabalhados os processos produtivos, questões técnicas, embalagens, registros em órgãos competentes, elaboração de site na língua inglesa, entre outros. Neste último ano, as empresas estão em fase de acesso ao mercado", explica analista técnico da Unidade de Comercialização e Mercado do Sebrae/SC e coordenador estadual do projeto, Douglas Luis Três.
Cada empresa tem sua especificidade e está em um estágio diferente. "O plano de mercado vem sendo desenvolvido dentro das possibilidades de investimentos de cada um e as estratégias são diversas. A Casa da Cuca está bem preparada, avançou na média do esperado. O empresário Gilberto e sua esposa são determinados, assumiram o projeto como estratégia de negócios e estão evoluindo", assinala Douglas.
Entre as 50 empresas que participam do Exporta SC, oito são de software, sete de moda, 11 do setor metalmecânico, 12 de alimentos, quatro de tecnologia, três de moda e acessórios, duas de móveis e decoração, uma de cosméticos e duas de revestimentos. "Com algumas exceções em função da crise que tomou conta do mercado interno, o projeto está avançando dentro de nossas expectativas e, sem dúvida, chegaremos ao objetivo final do projeto que é o ingresso das pequenas empresas no competitivo e gigante mercado americano", finaliza Douglas.
› FONTE: MB Comunicação