Dilma recebe o argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz, no gabinete do Palácio do Planalto, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff se encontrou na manhã desta quinta-feira (28) com o argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz em 1980
Segundo Esquivel, sua presença ao Palácio do Planalto foi para dar "solidariedade e apoio". Ele chamou o processo de impeachment de um "golpe brando".
"Temos muito claro que o que se está preparando aqui é um golpe de Estado", disse.
Ele comparou a crise brasileira com a do Paraguai, que levou à saída do ex-presidente Fernando Lugo, e de Honduras, que retirou Manuel Zelaya do poder.
"Esses golpes brandos já se colocaram em prática no continente em países como Honduras e Paraguai", afirmou. "A mesma metodologia, que não necessita das Forças Armadas, estão utilizando aqui no Brasil".
Esquivel fez um apelo para "que não se interrompa o processo constitucional do Brasil porque isso seria um dano, não apenas ao povo brasileiro, mas para toda a América Latina".
Ele também afirmou que Dilma "não pode ser acusada de corrupção sob nenhum ponto de vista", e disse que os problemas devem ser resolvidos com o diálogo e consenso.
O vencedor do Nobel disse ainda que Dilma agradeceu o apoio e está "firme", aguardando o fim do processo do impeachment no Senado.
Arquiteto, escultor e ativista, Esquivel recebeu o Nobel por sua luta pelos direitos humanos durante o regime militar na Argentina.
Nos anos 1970, ele chefiou a Serpaj (Servicio de Paz y Justicia), organização latino-americana de defesa dos direitos humanos.
Em 1977 foi preso e torturado pelo ditadura argentina, sendo liberado 14 meses depois.
› FONTE: UOL - DF