O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a atual crise política como sendo um processo de "criminalização" do PT que visa tirar a presidente Dilma Rousseff do poder e o impedir de ser candidato à Presidência
As declarações foram dadas em entrevista ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald publicada nesta segunda-feira (11) no site "The Intercept".
"Neste momento histórico, o que existe é a tentativa de criminalizar o PT, de tirar a Dilma e de tentar evitar qualquer possibilidade do Lula voltar a ser candidato a presidente neste país", afirmou o petista sem especificar a quem ele se referia. A resposta foi dada no contexto de críticas à imprensa brasileira, ao Congresso e à Operação Lava Jato.
Lula recebeu Greenwald na última sexta-feira em São Paulo. A entrevista foi dada um dia antes da divulgação da pesquisa Datafolha que apontou que Lula e a ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) lideram as pesquisas de intenções de voto para presidência da República.
"Eu perdi três eleições, três. Não encurtei o caminho, esperei 12 anos para chegar à Presidência da República… Portanto, qualquer pessoa que quiser chegar à presidência da República, ao invés de querer derrubar o presidente, é melhor concorrer a uma eleição como eu concorri três. Perdi e não fiquei zangado", acrescentou.
Ao longo da conversa, Lula fez elogios ao funcionamento das investigações da Operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal para apurar condutas ilícitas na gestão da Petrobras. Segundo ele, o PT está satisfeito com o andamento das investigações, justamente por ver as instituições "funcionarem corretamente".
"O governo e eu pessoalmente não temos que ficar zangados com o processo de investigação, porque o governo tem muita responsabilidade pelo o que está acontecendo. Ou seja, foi exatamente no governo do PT que nós criamos todas as condições para as instituições funcionarem corretamente", disse Lula, destacando a autonomia do Ministério Público, a criação do Portal da Transparência e o fortalecimento da Controladoria Geral da República, entre outras ações.
› FONTE: UOL - SP