MAIS MÉDICOS
A partir desta segunda (7), 2.180 estrangeiros terão aulas de saúde pública e Língua Portuguesa durante três semanas. Os que forem aprovados na avaliação final iniciam atendimento dia 28
Os 2.180 profissionais com diploma estrangeiro que participam da segunda etapa do Programa Mais Médicos começam nesta segunda-feira (7) o módulo de avaliação em quatro capitais brasileiras. Durante três semanas, eles terão aulas de saúde pública e Língua Portuguesa, ministradas por professores responsáveis pela coordenação pedagógica e pela tutoria do projeto. Ao final, passarão por uma avaliação, e os aprovados seguem para o acolhimento nos estados para começar a atuar a partir do dia 28.
“O período de avaliação é essencial para os médicos estrangeiros se familiarizarem com o Sistema Único de Saúde e para prepará-los para o atendimento da população brasileira com todas as suas peculiaridades. Na Atenção Básica, é fundamental uma abordagem mais humana e personalizada do paciente”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Esses médicos são muito bem-vindos e foram muito bem recebidos pelos gestores locais nas quatro capitais onde chegaram”, completa.
O coordenador nacional do Programa Mais Médicos, secretário de Gestão da Educação e do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, que participou da aula inaugural em Brasília, agradeceu aos médicos que deixaram seus lares para vir ao país participar do programa. “O problema da escassez de recursos humanos é mundial e, no Brasil, a Medicina vive um momento crucial com a explosão da oferta de trabalho, o crescimento da saúde suplementar e da oferta de serviços no SUS. Nesse contexto, a estratégia de recrutamento de profissionais estrangeiros se faz necessária para garantir à população os serviços de saúde”, disse Sales. “Os estrangeiros terão, sobretudo, o apoio do povo brasileiro nesse momento de familiarização com o país, que possui diversas culturas”, completou Paulo Speller, secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, também presente no evento.
Os 2 mil cubanos que atuarão na segunda etapa do programa por meio de acordo entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) chegaram ao Brasil ao longo da semana passada. Eles já participaram de outras missões internacionais e todos têm especialização em Medicina da Família. Entre os profissionais cubanos, 750 farão o módulo em Vitória (ES), 500, em Brasília (DF), 450, em Belo Horizonte (MG) e 300 médicos em Fortaleza (CE). Eles serão direcionados para atuar em municípios com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), periferias de capitais e regiões metropolitanas e áreas com mais dificuldade de contratação de médicos, apontados pelos municípios no momento da adesão ao Programa.
Os demais 180 médicos de outras nacionalidades participantes do programa desembarcaram em Brasília (DF) durante o final de semana e farão o curso na capital brasileira. Eles são de 23 diferentes nacionalidades, sendo 55 brasileiros formados no exterior, e 16 países de atuação.
AULAS - Com carga horária de 120 horas, o módulo vai abordar aspectos do Sistema Único de Saúde (SUS), doenças prevalentes no Brasil, conhecimentos linguísticos e de comunicação, aspectos éticos e legais da prática médica. Os profissionais também farão visitas técnicas aos serviços de saúde e participarão de simulações de consultas de casos complexos com enfoque especial na atenção básica. Os médicos que atuarão em áreas indígenas (DSEI) terão acesso a conteúdos específicos sobre saúde indígena.
O conteúdo programático e os materiais utilizados no treinamento foram elaborados por uma comissão pedagógica formada por professores de Universidades Federais inscritas no programa, Escolas de Saúde Pública e Programas de Residência Médica, sob orientação do Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Saúde (MS).
“A formação dos profissionais é estratégica nesse processo em que o governo quer levar Saúde para o povo brasileiro”, afirmou Speller.
RESPONSABILIDADES - Durante o módulo de acolhimento, os custos com alojamento (em unidades militares) e alimentação serão pagos pelo Governo Federal e a organização logística do módulo de responsabilidade conjunta dos Ministérios da Saúde e da Defesa.
Durante os três anos que os profissionais com diploma estrangeiro atuarão no Brasil, os custeios de moradia e alimentação dos médicos serão de responsabilidade das prefeituras. Por isso, os gestores locais tiveram que informar no sistema do Mais Médicos (https://maismedicos.saude.gov.br) as unidades onde os profissionais atuarão e a forma de moradia e alimentação que disponibilizarão aos profissionais.
Os gestores locais e governos estaduais são os responsáveis por ofertar o traslado do aeroporto até o município onde o profissional realizará suas atividades. Também é de responsabilidade das prefeituras disponibilizar transporte diário apenas para os médicos que vão trabalhar em unidades básicas que ficam em locais de difícil acesso onde não há disponibilidade de transporte para chegar aos locais de atuação.
BALANÇO – Como definido desde o lançamento do programa, os brasileiros tiveram prioridade no preenchimento dos postos apontados. Ao todo, 416 profissionais formados no Brasil confirmaram participação neste primeiro mês do programa e atuarão em 237 localidades.
As vagas remanescentes foram oferecidas primeiramente aos brasileiros graduados no exterior e em seguida aos estrangeiros, que atuarão com autorização profissional provisória, restrita à atenção básica e nas regiões onde serão alocados pelo programa.
› FONTE: Agência Saúde do Governo