As fabricantes independentes de autopeças atuam no mercado há mais de 40 anos, muitas com certificados e rigorosos padrões de qualidade. Suas peças são conhecidas como Similares e possuem a devida identificação de procedência, ou seja, a própria marca, a devida garantia.
Essas empresas são responsáveis pela manutenção de grande parte de frota de veículos do país. “Tendo em vista que o carro é um bem e não algo descartável, é importante que os consumidores encontrem as peças que precisam na hora do conserto e não fiquem reféns das concessionárias e das montadoras, que mal conseguem abastecer o setor de carros novos”, explica Roberto Monteiro, diretor executivo da Anfape – Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças.
Um estudo empírico comprova que quanto mais antigo é o veículo, maior é a participação de mercado das independentes. “Nos carros com 5 a 10 anos de uso a participação chega a 30% e de 10 a 15 anos esse índice sobe para 50%”, destaca Monteiro.
Para os automóveis com 15 a 20 anos o valor chega a 85% e acima de 20 anos dispara para 95%. Segundo o executivo, a curva ascendente para as frotas antigas acontece porque as montadoras não estão preparadas para abastecer essa fatia de mercado.
“Para elas, o importante é produzir carros novos visando o lucro com a venda desses automóveis. Neste caso, o interesse é que os consumidores se desfaçam de seus bens em curto prazo”, completa.
Há uma grande frota circulante de carros antigos e os proprietários desses veículos precisam contar com as independentes na hora do conserto. Apesar disso, as montadoras Fiat, Ford e Volkswagen tentam impedir a atuação dessas empresas idôneas, visando o domínio do mercado.
Quem acaba refém dessa tentativa de abuso de poder por parte dessas montadoras são os consumidores que sofrem com o desabastecimento de peças. A crise só não é pior graças às independentes e há cada vez mais novos casos gravíssimos de carros parados nas oficinas, ou concessionárias, pela falta de peças.
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