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Intenção de consumo das famílias catarinenses atinge mínima histórica

Publicado em 30/12/2015 Editoria: Economia Comente!


Foto: divulgação

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A confiança dos catarinenses em dezembro caiu para o nível mais baixo dos últimos cinco anos, conforme a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da Fecomércio SC. O indicador cruza dados sobre emprego atual, perspectiva profissional, renda, acesso ao crédito, nível e perspectiva de consumo e momento para duráveis para medir a avalição das famílias sobre sua condição de vida e a propensão ao consumo em curto e médio prazo.

A última pesquisa do ano aponta queda no ICF na comparação mensal (-0,8%) e anual (-25,5%), chegando em dezembro no patamar de 98 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200 pontos, o menor nível registrado da série que se iniciou em janeiro de 2010. Embora a renda (153,4 pontos) e o emprego (125,6) estejam em patamares considerados otimistas em Santa Catarina, o nível de consumo (65,5) aponta a percepção dos catarinenses sobre o prolongamento da recessão econômica.

A confiança em relação a renda atual caiu 2,3% na comparação com novembro e 4,8% referente ao mesmo período do ano passado. Já o nível de emprego entre novembro e dezembro subiu 1,6%, visto que o período é marcado pelas contratações de temporários para atender as demandas de fim de ano. No entanto, na comparação anual, a taxa registrou queda de -12,1%, pressionado pelo aumento das demissões.

O indicador perspectiva profissional também apresentou alta na variação mensal e na anual, com aumento de 14,1% no mês e 0,4% no ano. Embora a variação seja positiva, os catarinenses estão pessimistas em relação ao futuro no mercado de trabalho, o que se expressa no nível de 99 pontos em dezembro.    &8203;           

"O dado sinaliza que a situação de pleno emprego do mercado de trabalho já não existe mais, ou seja, a taxa de desemprego deve se expandir nos próximos meses. A previsão de abertura de menos vagas também reflete negativamente na perspectiva profissional das famílias. Pesa nessa percepção a alta inflação, pressionada pela desvalorização do real, a redução dos investimentos empresarias, por conta da retração econômica, e o aumento dos impostos, que impacta na criação de vagas formais no Estado", avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.          

Freio no consumo

O consumo atual (65,5) mantém-se abaixo dos 100 pontos pelo 10º mês consecutivo, com variação de -5,2% no mês e acentuada queda de 41,4% no ano. Já a perspectiva de consumo registrou o menor valor da série histórica (40,9 pontos), com retração de -65,1% no ano e -3,1% no mês.

As altas taxas de juros e o comprometimento da renda com dívidas se reflete no resultado negativo do acesso ao crédito, que apresentou uma queda de -2,1% no mês e de -42,4% no ano. O índice de 82,2 pontos registrado neste mês é o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2010.

"Para os próximos meses, a perspectiva é que a SELIC volte a subir, mantendo a taxa bastante elevada e o acesso ao crédito restrito, prejudicando o consumo, especialmente em Santa Catarina, que tem uma economia bastante sensível à oferta de crédito por conta da bancarização e renda elevada", explica o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.

Outro indicador que traz um cenário preocupante é o "momento para duráveis", que reflete a retração do crédito no segmento de bens como móveis e eletrodomésticos e a desvalorização do real, que encarece as importações de produtos ou peças de outros países. O índice caiu -7,5% entre novembro e dezembro e -18,5% no ano.

› FONTE: Fecomércio SC

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