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Crise leva classe C a mudar hábitos de consumo para manter padrão de vida

Publicado em 24/08/2015 Editoria: Economia Comente!


foto divulgação

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 Crédito escasso está fazendo a parcela da população brasileira que ascendeu para a classe C comprar menos nos supermercados neste começo de ano do que nos últimos seis meses. Diante deste cenário de comprometimento de renda, endividamento e inflação, a classe C é a mais afetada e está repensando sua vida financeira. Financiamentos longos de veículos estão sendo cancelados para dar atenção aos itens de maior necessidade.

 

A mesma classe C que há alguns anos mostrava sinais de ascensão social e aumento no poder de consumo, hoje sofre com ameaças de desemprego e de inflação em alta. Essas pessoas tentam manter o padrão de consumo conquistado, mas buscam racionalizar gastos, principalmente no que se refere ao lazer e alimentação.

 

De acordo com a análise da gerente de estatística da TNS Brasil, Bianca Ambrósio, a maior parte da população de baixa renda precisou fazer cortes nos últimos meses. O destaque ficou para racionalização de itens na compra mensal, em seguida, vem o lazer e os financiamentos a longo prazo.

 

Bianca também explica que o primeiro impacto em períodos de crise econômica é sempre nos serviços e no consumo. "As pessoas não deixam de comprar, mas começam a racionalizar. Ainda não chegamos a uma crise tão forte para que a classe C volte ao padrão de consumo anterior ao da ascensão. Além disso, esse grupo tem a preocupação de não se privar de conquistas em áreas importantes, como saúde e educação", avalia.

 

Outra mudança, de acordo com a TNS, foi nas compras do mês. Análises apontam que essas pessoas mudaram suas estratégias de consumo. Entre as principais mudanças estão a intensificação na busca por promoções, compra em menor quantidade, corte de produtos de determinadas categorias e pesquisa de novas marcas. Apesar disso, os consumidores da classe C buscam itens mais baratos dentro de rol de produtos já testados, antes de arriscar novidades.

 

"Agora que esses consumidores se acostumaram com produtos de um nível melhor, dificilmente vão trocar por um inferior. A saída pode ser usar menos ou buscar promoções", diz a gerente de estatística. Bianca não vê um retrocesso na ascensão social dessa parcela da população, mesmo com a perda de poder aquisitivo e decisões como devolução de veículos e o cancelamento de seguros.

 

Ela explica que o critério para definir classe social é baseado em posses de bens. "Uma pessoa não vai deixar de ter uma geladeira, uma TV, ou mudará a pavimentação da sua rua e a distribuição de água". A classe social não é definida somente pela renda familiar. "Enquanto o desemprego não aumentar, esse brasileiro que ascendeu não vai sair da classe C. Mas seu poder de compra diminui, com o aumento da luz, do aluguel e dos produtos em geral", diz Ambrósio.

 

Gastos mais seletivos

Na restrição orçamentária, a jornada de compras deixa de ser um processo automático e passa a ser mais planejada e repensada. Os consumidores da classe C ampliaram seus pontos de venda em busca do melhor preço.

 

De um modo geral, esse grupo de consumidores está menos disposto a pagar mais por conveniência e experiência de compra.

 

Com a crise hídrica e energética também houve redução no consumo de água e energia elétrica. Estes itens essenciais foram os que mais sobrecarregaram o orçamento nos últimos meses chegando até a serem parcelados, como aconteceu com luz, alimentação, transporte, refeições fora de casa, vestuário, aluguel e água.

 

› FONTE: Tamer Comunicação

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